Capítulo 7

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Matt

Era a terceira noite que Camille tinha pesadelos. Julie sempre ia a socorrê-la. O seu ouvido parece ser acurado que o meu. Ela deve está exausta, ainda mais depois de ter brincado o dia todo com minha filha.

Já no final do dia, observei das janelas quando elas brincavam na praia, felizes. E não pude deixar de notar como as duas estavam ficando cada vez mais próximas. Odeio admitir, mas estava com ciúme, embora estivesse grato ao ver como se davam bem. Julie certamente era uma mãe maravilhosa.

Entro no quarto de Camille, e fico observando-a. Cobrir seu corpo despejando também um beijo na sua têmpora. Ouço a porta abrir. Depressa, deslizo rapidamente pela passagem secreta.

Julie

Entro no quarto com a testa franzida. Posso jurar que tinha ouvido alguma coisa. Olho ao redor e de novo para a Camille adormecida, inclino para beijá-la. Logo sinto um perfume diferente,  não é do xampu de Camille. É masculino.

-- Sr. Cambridge? -- sussurro. Mas obtenho nenhuma resposta, e de fato não esperava uma. Mesmo com Camille adormecida, se ele esteve aqui, isso realmente é algo importante.

Significa que Matt Cambridge não é tão distante quanto finge ser.

Vejo o livro que Camille sempre está lendo, o pego de cima da mesa folheado as páginas.

Uma bíblia? Uma garota de oito anos tem uma bíblia?

Há várias marcações, e anotações nas páginas. Leio algumas coisas, e o que me chama atenção é o nome de Matt, colocado propositalmente.

" Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não o surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para se tornarem filhos da Luz"(Matt)

João 12:35-36.

Guardo o livro no lugar e deixo o quarto, sem sono nenhum, então desço para preparar um chá de camomila. Os corredores estão escuros, iluminados apenas pelas pequenas lâmpadas junto ao chão.

Na cozinha, coloco no fogão água para esquentar. E imediatamente ouço o barulho de madeira estalando. Me dirijo depressa para a sala de estar, e vejo as chamas ardendo na lareira. Matt deve ter acendido. Aproximei-me do fogo para aquecer meus os pés nus. Posso sentir que ele está atrás de mim, em algum lugar.

- Venha até aqui - fala com sua voz masculina e cálida.

Viro-me e encontro Matt sentado numa poltrona, longe o bastante das chamas para que não pudesse vê-lo. Tenha certeza de que conhece cada sombra esta casa, e sabia como impedir que eu o visse. Ao fitá-lo, vejo apenas o roupão de seda marrom e a calça de pijama combinando

- Por que não está dormindo? - pergunto.

- pouco exercício suponho.

Ele leva aos lábios um copo cristal, que cintila à luz da lareira. Posso ver sua mão direita lisa, sem cicatrizes, enquanto a outra continua escondida, ao lado do corpo.

- Bem, a culpa é toda sua. Ninguém lhe disse que deve ficar escondido na torre.

- Não quero recomeçar essa discussão, Julie. Ou me deixa em paz, ou fica aqui comigo.

Matt faz um gesto com o copo para que eu me junte a ele. Hesito, será que seria prudente ficar tão perto dele?

- Está com medo? - pergunta Matt num tom rouco.

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