Corine se decepciona com Victória

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Quando cheguei em casa achei estranho que tudo estava em silencio e segui para o meu quarto, quando entrei dei de cara com minha mãe sentada na minha cama e com alguma coisa nas mãos, ela não me olhou, caminhei lentamente.

"Mãe?".

"O que é isso aqui Victória?!", minha mãe ergueu a cartelinha de pílula e me encarou, ela fazia a arrumação do meu quarto.

Meu coração gelou, dei dois passos para o lado e me encostei na escrivaninha, cutuquei a cadeira que tinha respingos de tinta da ultima vez que pintamos o quarto.

"Eu perguntei o que é isso!?".

Eu a olhei e olhei para o que tinha nas mãos, "Anticoncepcional!", respondi baixinho, as lágrimas começaram a descer.

"Há quanto tempo você vem tomando isso Victória?", seu tom de voz era autoritário.

"Três meses!", disse desviando o olhar, engoli em seco e funguei, as lágrimas teimavam a escorrer.

"Quem te deu isso?", minha mãe se levantou e foi até mim, pegou no meu queixo e me fez olhar para ela, "Quem te deu isso?".

"Ah!", as lágrimas voltaram a descer, eu não podia contar e nem podia dizer que foi uma amiga, por que eu não tinha amigas, ela berrou perguntando novamente, eu estremeci, "Nigel!", disse caindo num choro compulsivo, minha mãe se afastou e deixou a cartela cair no chão completamente decepcionada.

"O que você está me dizendo?", Minha mãe voltou a se sentar na cama, eu vi sua cara de decepção e as lágrimas rolarem, corri para fechar a porta do quarto e voltei e me ajoelhei em seus pés.

"Mãe!?", eu chorei com ela, "Eu não queria te decepcionar... Mas eu não queria engravidar!".

Minha mãe levou as mãos ao rosto e chorou mais ainda, "Você me decepcionou e muito Victória!... Como pode fazer isso com seu próprio primo!... Ele é praticamente seu irmão!".

"Foi uma vez só mãe!", minhas lágrimas brotavam sem parar.

"Se há três meses vem tomando, é sinal de que não foi uma vez só!... Você está mentindo para mim!", seus dentes rangeram, seus punhos se fecharam, eu fechei meus olhos, pela primeira vez ela iria me bater.

"Nigel e eu só transamos uma vez!... Acredite?!", funguei e meu corpo chacoalhou com o chacoalho que minha mãe me deu.

"NÃO MINTA PARA MIM MENINA!".

"Não estou mentindo!... Eu juro!... Nigel me deu por que eu pedi e ele esperou que eu me acostumasse para"...

"Cale-se... Não quero ouvir mais nada!", minha mãe se levantou, arrumou seu vestido e caminhou até a porta e disse sem me olhar, "A partir de hoje está proibida de ir à casa de sua tia e de ver seu primo!... Eu quero vocês dois bem separados e bem longe um do outro!".

Caí no choro ali mesmo ajoelhada perto da minha cama, eu não Sabia o que fazer e o que dizer, minha mãe deveria ficar contente, pelo menos eu não traria um neto indesejado dentro de mim, por um lado fui responsável o suficiente para me proteger de uma gravidez; praticamente não tinha mais nenhuma roupa minha no meu antigo quarto, já estava tudo no outro, apenas juntei meu material e segui para o outro quarto e me tranquei por lá, não sai para jantar e minha mãe não veio me cobrir a noite, mas eu sabia que ela iria pegar Nigel, minha mãe era assim, super protetora e também não aceitava a nossa união, no dia seguinte não a achei para me despedir para ir a escola, Rômulo estava de braços cruzados encostado no carro a minha espera, já estava começando a se acostumar com o meu horário de sair para ir a aula, na saída da propriedade, vi a caminhonete do meu tio Oliver a traz das arvores e lá estava Nigel esperando que eu aparecesse para pegar o ônibus da escola, quando viu a pick-up de Rômulo pegar a rodovia, Nigel saiu do canteiro levantando poeira e acelerou até nos alcançar, ficamos lado-a-lado, Rômulo já tinha me puxado para ficar grudada nele, vi o rosto de Nigel furioso e decepcionado, fechei os olhos para não ter que ver aquilo e enterrei no peito de Rômulo, a caminhonete de Nigel perdeu velocidade e nos deixou seguir, Rômulo ainda riu debochando do meu primo e me apertou em seus braços.

Amor de Primo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora