Um domingo dificil

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No domingo acordei com a insistência da campainha, escorreguei para fora da cama e desci as escadas correndo, era difícil alguém me acordar assim, Ash praticamente veio a traz de mim também preocupado, amarrei a faixa do meu hobby e abri a janela da porta, bufei, "Becky! Quer me matar de susto!", abri a porta, mas minha amiga não estava bem, ela tremia da cabeça aos pés, a coloquei para dentro, ela mal conseguia andar e desabou no sofá chorando, "O que foi?", fiquei apavorada e olhei para Ash, "pegue um copo de água, por favor?".

"Tudo bem!", ele passou por mim em direção à cozinha e logo me trouxe um copo com água.

"Tome!... vai fazer bem a você!", esfreguei minhas mãos em seus braços para acalma-la, não estava no seu normal e esperei que parasse de chorar, ela olhou para Ash e percebi que ela não queria ele ali, me levantei e peguei no braço dele, "No deixe a sós!... Volta para cama e dorme mais um pouco!".

"Se precisar de mim é só me chamar!", ele estava visivelmente preocupado, mas acabou subindo.

"Me conte o que aconteceu?", sentei ao seu lado e a puxei para meus braços e a acolhi.

"Dois homens invadiram a minha casa!", ela voltou a chorar compulsivamente apertando as mãos no tecido do meu Hobby, meu coração disparou violentamente, fechei os olhos imaginando o que podia ter acontecido com ela, "Um deles... Eu conhecia!... Ele me bateu e depois me amarrou"... O choro voltou a ser desolador.

"Becky!... Precisamos ir à delegacia e denunciar!", eu a apertei nos braços, "Depois precisamos arrumar um lugar para você e se mudar, um lugar que ninguém saiba onde é!".

"Não!... Ele disse que se eu denunciasse... que iria me matar!".

"E vai deixar isso em pune?", me revoltei, "Vai deixar que isso aconteça com outras garotas?".

"O corpo é meu... Tá legal?!", ela se levantou saindo do meu abraço.

Fiquei olhando para ela incrédula do que estava escutando e explodi, "Então qualquer vagabundo pode ir invadindo a sua casa, te amarrando e te obrigando a fazer sexo sem seu consentimento e ainda com outro cara olhando ou sei lá o que fizeram juntos e você vai deixar!?", Becky tapou os ouvidos, voei sobre ela e a empurrei contra a parede, "E o seu orgulho e a sua honra aonde ficam!?".

"Eles tiraram fotos minhas!... Disseram que vão espalhar"..., Becky estava perdida.

"Becky?... os dois te estupraram!",disse baixinho, "Isso é crime e mesmo tirando foto ou não é crime e tem que ser denunciado... Você vai ficar aqui comigo até você conseguir um outro lugar para morar!", eu a soltei, "Mas você vai denunciar o crime!".

Subi as escadas, Ash estava sentado na cama com a cabeça enfiada entre as mãos, ele escutou tudo, puxei a calça jeans e uma camiseta, um sutiã, "Pode me emprestar seu carro?".

"Eu vou com vocês!", disse ele se pondo em pé, me olhou, eu estava aflita, minha respiração estava acelerada, quando parei, o olhei e desabei a chorar, ele me abraçou, eu enterrei o rosto no peito dele e gritei abafando o som, "Covardes!".

Na delegacia Becky demorou para contar, estava apavorada e chorava e muito, depois fizeram exame de corpo e voltamos para a minha casa e a coloquei para dormir dando-lhe um calmante, eu e Ash tínhamos planejado em fazer um passeio de balsa e almoçar fora, no fim acabamos fincando em casa a noite, eu iria trabalhar e ele teria que voltar para sua casa, não seria bom que ficasse com minha amiga ali, ainda mais traumatizada do jeito que estava.

Trabalhar sem Becky naquele turno foi muito difícil, mas eu sabia que minha amiga precisava de um tempo, comuniquei a enfermeira chefe e entreguei o atestado médico dizendo que estava doente e que estava em minha casa se recuperando, como me pediu, não contei a ninguém o que aconteceu com ela, mas fiquei arrasada, Becky sempre foi muito alegre e vinha tendo certo relacionamento com esse tal de Barney, às vezes ficavam juntos nos fins de semana, mas jamais imaginou que ele faria algo assim.

Amor de Primo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora