And I Can't See The End Of This

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SEXTA-FEIRA, 31 DE MARÇO; 08:37

O dia amanheceu frio e nublado. O sol se escondia por trás de várias e várias nuvens opacas e cinzentas. Congestionamentos no trânsito eram ainda mais comuns e as pessoas não pareciam dispostas a discutirem. A cidade não estava tão viva como antes, parecia doente, gelada, arrasada. Ou, ao menos, era assim que parecia para ela.

E ela, essa garota, loira de estatura mediana parada na estação de metrô de New York, a qual normalmente pegava para ir ao colégio, estava olhando fixamente para uma folha qualquer no chão, amassada e voando com o vendo como se estivesse jogada no mundo. Livre e presa simultaneamente. Maya sentia-se assim. Exatamente assim.

Um barulho agudo e frequente e em alguns instantes o metrô estava parado à frente da menina e outros tantos passageiros, que correram apressados para atravessar as portas e adentrar o local. Ela caminhou lentamente até o vagão mais próximo e por pouco não se fecharam, as portas, mas ela foi esperta e com um movimento rápido estava lá dentro.

Maya olhou ao seu redor. Não se lembrava de uma manhã tão cheia. Não tinha sequer um lugar vago para se sentar. Ela tentou esquivar-se das pessoas, porém quase tropeçou quando recuou de uma senhora com uma enorme bolsa rosa choque que por pouco não se chocou com ela, assim agarrou em uma das barras mais próximas e permaneceu em pé apoiada nela, ao lado de muitas outras pessoas sem lugar para viajar.

A menina ajeitou sua blusa de frio dourada e passou a mão pelos cabelos levemente despenteados, em seguida, seu celular tremeu no bolso da jeans escura. Ela fez o possível para alcançá-lo e percebeu ser uma mensagem nova de Farkle:

My Farkle :3 -- Bom dia gata selvagem! Espero ver um sorriso seu hoje de manhã! Até a aula do Matthews, te vejo na escola!

A rapariga tentou segurar um breve riso ao ler aquela mensagem tão cedo naquela manhã. Contudo ao pensar na maneira que Farkle agira e em imaginá-lo falando aquelas palavras de uma maneira tão única a fazia sorrir sem pensar. Talvez ele estivesse com sorte, talvez conseguisse arrancar um sorriso dela o mais breve que pudesse imaginar.

A garota guardou o o celular no bolso e se voltou, ainda com um sorriso nos lábios, para a frente, imaginando quem sabe o sinal de Farkle tivesse trazido um pouco de sol também, no entanto, ela apenas conseguiu notar um aglomerado de pessoas e várias nuvens no céu por trás da janela.

Uma das pessoas era um garoto sentado na beirada de um banco, uma menina estava em pé, todavia assim que um homem esquivou-se um pouco acabou colidindo com ela e a garota desequilibrou e caiu em cima do colo do garoto. Maya observou-os. Eles se olharam inocentemente e a loira desejou que ao menos alguém estivesse mais feliz que ela. Até perceber quando aquele sorriso apareceu nos lábios do menino que ele não era ninguém mais, ninguém menos do que Lucas. E a garota Riley.

Maya fechou a cara na mesma hora. Não era possível que eles estivessem no mesmo metrô que ela. No mesmo vagão. Juntos. Revirou os olhos, mas resolveu se aproximar. Ela debruçou para frente e conseguiu discernir alguma conversa.

_Oi, eu sou a Riley.

_Eu sou o Lucas - Eles sorriram um para o outro verdadeiramente.

_Eu estava te olhando.

_Eu percebi.

Eles riram e a menina pousou às mãos no colo mexendo na barra de seu vestido roxo, sem graça.

_Sabe, Lucas, aquele dia foi o mais especial para mim. Obrigada por ter sido um cavaleiro desde então. Obrigada por tudo e eu... Amo muito ter te conhecido... - Ele levantou o olhar para encará-la mais perto.

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