Quinn não sabia quanto tempo passou agarrada aos braços da irmã chorando e soluçando. Só sabia que se pudesse, ficaria ali para sempre. Ignorou todas as vezes que Judy aproximou-se com a caixinha de primeiros-socorros, ela não queria que cuidassem de seus machucados, ela só queria chorar e chorar em paz.
A cheerio sentia como se todo o peso da sua sexualidade tivesse desabado sobre sua cabeça. Como fora ingênua ao acreditar que todos aceitavam aquilo naturalmente como Mercedes, Kurt, sua mãe e os pais de Rachel... Enquanto sentia as lágrimas escorrerem pela sua face e arderem em sua pele machucada, Quinn só conseguia pensar que não teria forças para enfrentar aquilo tudo.
Russel Fabray conseguira o que queria: Quinn estava insegura, amedrontada e envergonhada como sempre ficava quando aquele homem aproximava-se dela e gritava. Ainda impressionava a influência que o pai tinha sobre ela depois de um ano sem vê-lo... Quinn sentiu-se ainda mais covarde e imprestável.
- Quinnie? Vamos, nós precisamos cuidar disso! – A voz de Frannie soou preocupada e distante, mas mesmo assim pareceu acordar a cheerio de seus pensamentos. Quinn levantou os olhos para a mãe e a irmã e viu nos olhos delas o reflexo do quão destruída estava, Judy aproximou-se cuidadosamente com um algodão banhado em álcool e passou pelo hematoma na face esquerda de Quinn. A cheerio deu um gemido de dor e afastou-se por puro reflexo, Frannie levantou-se irritada e exclamou:
- Eu vou matá-lo! Quem ele pensa que é para agir com Q dessa forma?!
- Sente-se Frannie. – Judy disse com a voz autoritária e puxando a filha mais velha para o sofá, em seguida voltou a olhar para a filha mais nova. – Só vamos fazer alguma coisa se Quinn quiser que façamos. É uma decisão dela.
Frannie e Judy olharam para Quinn exigindo uma resposta, a cheerio não agüentou a intensidade de ambos os olhares e levantou-se dando as costas para as duas. Quinn abraçou os próprios ombros e respirando fundo, daria tudo para não estar sentindo aquela vergonha, mas Russel tinha a incrível capacidade de humilhar tanto as pessoas a ponto de fazê-las acreditarem que eram imprestáveis como ele dizia que eram... Quinn fixou o olhar na parede, desejando com todas as forças que seu sentimento por Rachel não vacilasse.
- Eu não quero fazer nada, eu quero esquecer que ele existe. – Quinn disse com o tom de voz cada vez mais baixo, virou-se para a irmã e a mãe que olhavam incrédulas para ela. – Só vamos esquecer, tudo bem? Eu nem mais me considero filha dele, posso conviver com isso.
- Mas Quinnie, ele te bateu e... – Frannie começou a falar desconfortável até receber um olhar da mãe e se calar, então se aproximou da irmã caçula e a envolveu em um abraço apertado. Quinn agradeceu muito por aquilo e aninhou-se nos braços da irmã, Frannie deu uma gargalhada e disse divertida:
- Nem sequer percebeu que a sua irmãzinha querida veio especialmente para a exposição do seu desenho na amostra anual e para te ver nas Seletivas.
- Sério que você vai ficar aqui pelas próximas semanas? – Quinn perguntou com um sorriso triste, descobrindo nesse instante que sorrir doía pelo soco de Russel, Frannie abriu um sorriso enorme e incrivelmente parecido com o sorriso da irmã e respondeu animada:
- Não só pelas próximas semanas e sim, pelo próximo mês! Pelo que a mamãe me falou, você tem muita coisa pra me contar!
Quinn sentiu um pouco do peso em seus ombros diminuir e parou de fazer pirraça ao deixar a mãe cuidar de seu machucado. Olhou para Frannie que tinha os olhos castanhos do pai, mas que ao contrário dos olhos de Russel, eram cheios de calor e bondade, Quinn e Frannie eram iguais, exceto pelos olhos.
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All You Wanted [FABERRY]
Fiksi PenggemarQuinn Fabray tornara-se uma perdedora. Rachel Berry, diferentemente dela, sempre foi uma perdedora. Quinn procurava esperança e procurava reerguer-se no meio de toda aquela bagunça na qual sua vida se tornara. Já Rachel, procurava forças para cont...