PARANORMAL 2 PERSEGUIDA

Quem está aí?

"Dormir: única forma de afastar os pensamentos negativos, e aliviar a dor."

— Porque quando eu perdi minha mãe e meu irmão. — engoliu em seco — Por mais que algumas pessoas estivessem do meu lado, eu me sentia só. Eu só precisava de um abraço, de alguém que não me abandonasse. E olha só... Meu pai e eu nos mudamos pra cá, e ele passa o dia todo no trabalho. Eu sei que ele trabalha muito, pra tentar ocupar a cabeça, e não pensar tanto na morte deles.
— Desculpe, eu não sabia... — me senti mal por ela.
— Tudo bem — forçou um sorriso — Eu já... — engoliu em seco — Superei — falou a última palavra, quase num sussurro.
— Mas o vazio ainda fica, não é? — falei, compreendendo o que ela sentia.
— Pois é. — suspirou — É difícil não sentir um vazio quando perdemos quem amamos. Assenti com a cabeça.
— E qual o segundo motivo? — perguntei, lembrando que faltava o outro motivo.
— Eu... Eu gosto de você. — confessou, me fazendo sorrir — Olha eu... — olhou para os lados, pensativa — Eu tô muito confusa, mas sei que gosto de você.
— Isso já é um começo — afirmei e ela sorriu, assentindo com a cabeça.
— Eu estou tão cansada. — confessou.
— Do quê? — perguntei.
— De tudo. — falou, deitando no sofá e encarando o teto — Sabe, tantas coisas aconteceram e a única coisa que tenho vontade é de dormir. Porque dormindo não sinto nada. — parou pensativa —  Porque dormindo ninguém te machuca, ninguém vai embora, você esquece os problemas e para no tempo, por um momento. — explicou. Deitei ao seu lado, e a encarei. Ela continuou fitando o teto.
— É... Talvez seja melhor você dormir para descansar a mente, relaxar mais... — dei uma pausa — E se preparar, para o amanhã.
— O amanhã. — sorriu fraco — Amanhã vou acordar, e dar de cara com a realidade. Com os problemas. Com esse vazio. — me encarou — Com a minha vida. — suspirou.
Eu me retraí um pouco, e fiquei pensando em tudo o que ela passou. Como ela era forte.
— Você é forte — afirmei. Ela assentiu com a cabeça — Mais forte do que pensa. E... — engoli em seco — Não pode deixar seus problemas acabarem com você. Você não pode fraquejar, não depois do que você passou , — pensei um pouco — e já deve ter passado na vida.
— Vou tentar não desabar — falou, com os olhos marejados. Eu a puxei para mais perto, e ela se aconchegou em meu peito, depositei um beijo no topo de sua cabeça e acariciei seus cabelos macios.

— Eu não quero... Mas — respirou fundo — Eu acabo machucando as pessoas á minha volta.
— Você não tem culpa — falei.
— Talvez não, mas não posso deixar de encarar os fatos... O que aconteceu com minha família — sua voz fraquejou — Com Felipe, e até com você — deu uma pausa — É culpa minha — falou com a voz chorosa. Sentei e a encarei.
— Você não tem culpa dos meus pais terem morrido — falei, tentando convencê-la de que ela estava errada ao pensar assim.
— Mas eu sinto que tenho. — desabafou — Sinto que tudo de ruim, que aconteceu com as pessoas á minha volta. — uma lágrima escorreu por sua face, e ela limpou rapidamente — É culpa minha. Se sentou, desviando o olhar e fitando o vazio.
— Bella você não tem culpa de nada. — segurei em seu queixo, fazendo-a me encarar — Os meus pais morreram, porque já estavam doentes. E as coisas que acontece com você, é porque... — pensei um pouco — Alguém deve estar te perseguindo.
— Eu pensei que fosse Dark, mas depois que você acabou com ele... Sinto que ainda estou sendo perseguida, e eu não faço a mínima ideia de quem seja. — falou confusa — E o pior, é que tenho medo dessa pessoa estar próxima á mim, e esperando pra acabar comigo, ou fazer mal á alguém que gosto — suspirou cansada.
— Olha pra mim Bella. — pedi e ela encarou-me — Isso não vai acontecer, eu estou aqui OK? — ela afirmou com a cabeça. Dei um beijo em sua testa e a abracei.
— Bom tenho que ir. — falei me desvencilhando de seus braços — Promete pra mim, que vai ficar bem e não vai tentar fazer nenhuma besteira? — ela assentiu com a cabeça. Arqueei a sombrancelha.
— Prometo — suspirou. Dei um selinho demorado nela, e me levantei.
Fui em direção á porta e me virei.
— Até amanhã Bella — falei.
— Até amanhã. — sorriu fraco e eu fechei a porta.

Autora narrando

Bella trancou a porta, e Victor foi para sua casa. Mal eles sabiam que ali, tão perto, entre algumas árvores, havia uma pessoa de capa preta lhes observando e sorrindo diabolicamente. O rosto estava coberto, deixando a pessoa ainda mais misteriosa.
— Quer dizer que você gosta desse garoto, Isabella White — disse observando Victor se afastar — Primeiro vou acabar com as pessoas que você gosta, depois vou acabar com você. E vou começar por outra pessoa. — gargalhou maleficamente, fazendo uma pessoa que passava na rua, olhar em sua direção e sumiu num piscar de olhos por entre as árvores.

No hospital

Felipe fitava o teto. Já devia ser três horas da manhã. Fazia horas que o garoto estava acordado e por mais que tentasse, não conseguia dormir. Ele já se sentia melhor, mesmo assim, ele só receberia alta no dia seguinte.
A porta do quarto se abriu. Ele esperou algum médico ou enfermeira entrar, mas ninguém entrou. Ele foi até a porta, e não havia ninguém. De repente uma sombra passou, rapidamente pelo corredor.
— Tem alguém aí? — perguntou, mas não obteve resposta. Olhou para os lados procurando alguém, e quando olhou para a frente do corredor, havia uma pessoa parada. Ele caminhou em direção á ela, e a pessoa virou em outro corredor. Ele a seguiu, mas quando virou no corredor não encontrou ninguém.
— Quem está aí? — perguntou, observando o local, mas não obteve resposta. Desistiu de procurar, e quando virou o corredor para voltar à sala em que estava, alguém apareceu em sua frente. Estava de cabeça baixa. Felipe aproximou-se mais um pouco da pessoa, e então ela levantou a cabeça.
— Você! — o garoto falou perplexo.
— Olá Felipe. — falou, o encarando.

Vixi, quem vocês acham que é? Por que essa pessoa está atrás de Felipe?
Isso é o que verão no último capítulo. Sim o livro está acabando, mas é claro que haverá um terceiro pois tem muitas coisas pendentes para serem resolvidas, e ainda tem muita coisa pra acontecer.
Beijos. Não esqueçam de deixar sua estrelinha.