A LUZ FORTE DA MANHÃ DO DOMINGO ME DESPERTOU. FUI AO banheiro e me arrumei para ir embora. Nem parecia que tinha adoecido horas atrás e quando saí do banheiro que me deparei com Max se espreguiçando ao acordar sobre os lençóis bagunçados da cama, achei que nunca tinha me sentido tão bem em toda minha vida.
Max coçou os olhos inchados de sono, o rosto estava amassado. Usava uma cueca de grafite e nada mais.
— Bom dia! — Disse bocejando e cobriu o rosto com o travesseiro.
Aproveitei a oportunidade e peguei meu celular no bolso, esperei Max tirar o travesseiro do rosto e, então, tirei uma foto.
—Ah não... Tomtom! Você tem que apagar isso...
— Alguém já disse como você é quando acorda? — Perguntei.
Salvei a foto antes que ele pudesse pegar o celular da minha mão. Ele esfregou os olhos e riu sem me levar a sério.
— Na verdade, você é a única pessoa que já teve esse privilégio de me ver acordar. — Max puxou o lençol e tentou se enrolar outra vez, mas eu puxei o lençol de volta.
— Levanta logo Max! Vai tomar banho, preciso estar em casa antes do almoço ou meu pai vai me matar.
Max levantou finalmente e foi para o banheiro. Enquanto ele estava lá, comecei a arrumar minhas coisas na mochila e parei um instante para ver de novo a foto que eu havia tirado.
Ele era lindo dormindo ou acordando, sorrindo ou sério, sujo ou limpo, era sempre lindo. Quando ele saiu, envolto numa toalha branca, fiquei de costas para ele se vestir e então descemos antes do meio-dia. Passamos tanto tempo no quarto que nem percebemos a chegada de seus pais.
Encontramos os dois sentados na sala, cada um numa ponta do sofá com o seu jornal e uma xícara de chá. Provavelmente procurando notícias sobre eles mesmos. Pude ouvir o som do aspirador de pó em algum lugar no térreo, o que indicava que os funcionários já estavam trabalhando pela casa.
— Bom dia rapazes — o Sr. Dodger disse quase sem tirar os olhos do jornal.
Nós respondemos automaticamente.
— Não vão almoçar conosco? — Stela perguntou com sua simpatia casual.
Eu sorri de volta para ela. Max sempre dizia que ela era a Meryl Streep em O Diabo Veste Prada, mas ela era sempre tão polida e simpática comigo que eu só conseguia admirá-la.
— Obrigado Senhora. Eu adoraria, mas o almoço de domingo é uma tradição na minha família desde que Michael... enfim. Não posso faltar — falei envergonhado.
Max me encarou por um tempo, eu fingi não perceber. Ele sabia da dor forte que me atingia sempre que me lembrava do que aconteceu com Michael, era uma questão de segundos para se formarem nós em minha garganta. Ele se sentia inútil por não ter como me ajudar.
— É uma pena, talvez semana que vem?
— Claro, será um prazer.
Compartilhamos mais um pouco de simpatia.
— Isso se você não estiver em outro congresso idiota sobre diarreia ou qualquer outra coisa, mamãe. — Max nos interrompeu, em seguida a beijou no rosto e saiu. Nós ficamos sem reação.
Antes que pudesse ouvir qualquer resmungo dos pais de Max, saí atrás dele.
Por todo o caminho, nós seguimos em silêncio. Eu ainda me sentia um pouco abalado por lembrar de Michael, só eu sabia o quanto doía. Tanto que precisei me afastar de Max, de todos na verdade. Meu refúgio foi a casa do Tio Tony, onde passei dias contando com sua ajuda para que me deixassem em paz naquele momento ruim.
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Um Amor Singular | AMOSTRA GRÁTIS
Romance#1 em Ficção Geral e em vários outros rankings. Tom e Max eram amigos de infância. Inseparáveis, viviam uma rara relação de cumplicidade, mas tudo mudou com a chegada de Loren Shields, que graças à sua obsessão por Max, bagunçou toda a conexão que o...