Boa leitura!
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Dane-se ele, cretino... Urgh! Dane-se ele!
Júlia deixou o sofá de Eric, nem mesmo dirigindo ao amigo um segundo olhar antes de ir para o quarto de hóspedes e se jogar na cama, puxando os lençóis até o topo de sua cabeça. Estava exausta, com dor e quebrada... Emocionalmente quebrada. A dor física parecia ínfima perto da dor emocional por descobrir que Enzo estava com Bárbara.
Ela queria poder fazê-lo sentir mesmo que um por cento da dor que ela sentia, por isso disse a ele que estava transando com Eric, quando tanto ela quanto o amigo sabiam que se tratava de uma mentira. Ela tinha estado com muita dor ao chegar à casa dele e eles apenas conversaram enquanto ela esperava o analgésico que tomou fazer efeito. Quando ouviu as primeiras batidas na porta, estava despertando de um cochilo, meio grogue, e acabou esbarrando e derrubando o abajur, após isso, Enzo enlouqueceu tentando quebrar a porta – o que ele certamente não conseguiu, bem feito pra ele, espero que ele fique com dor – e todo o resto aconteceu.
Parte da raiva que sentia era dirigida a si própria, por deixar que Enzo a machucasse de tal modo depois de tão pouco tempo junto dele. Durante os últimos anos, pensou ter se tornado mais forte, deixado seu coração impermeável, o que poderia ter funcionado, mas como fazer com quem já estava lá dentro? Enzo não estava começando a entrar seu coração, ele sempre esteve lá, no fundo, e agora o sentimento adormecido tinha ressurgido.
Ela sentiu a cama afundar quando Eric se sentou na beirada, ele moveu a mão para acariciar seu cabelo.
– Como você está se sentindo? –perguntou.
– Eu vou ficar bem. –mentiu, sabia que não ficaria bem, não tinha como.
– Você quer companhia?
– Não, obrigada... Eu só quero dormir um pouco.
Eric deixou o quarto e ela fechou os olhos, querendo que o sono chegasse e levasse com ele toda a dor daqueles últimos dias. Com o passar dos minutos, seus olhos pesaram e ela finalmente conseguiu dormir.
Na manhã seguinte, um policial novo estava postado fora do apartamento de Eric fazendo sua proteção. Não querendo atrasar o amigo para o trabalho e nem incomodá-lo mais com aquela invasão de privacidade, ela apenas tomou um breve café-da-manhã e seguiu o policial até a viatura, pedindo para ir para casa.
Queria tomar um longo banho quente e tirar aquelas roupas sujas do acidente. Teria as incinerado de uma vez, mas não podia voltar para casa apenas com uma camisa de Eric, então precisou voltar a entrar nelas.
– Você vai esperar aí fora? –perguntou ao policial de pé em frente a sua porta.
– Sim, senhora. Daqui a alguns minutos o policial que vem cobrir o turno chegará. Não temos ordem para entrar.
– Você tem certeza? Eu posso fazer um café...
– Não precisa, senhora.
Júlia assentiu e entrou no apartamento, fechando a porta atrás do policial. Não se preocupou em perguntar o nome dele, de algum modo pensou que assim fosse melhor... Era como se ela fosse amaldiçoada, e se aproximar das pessoas, mesmo que um pouco, ocasionava em suas mortes.
Levou todo o seu tempo no banho, depois cobriu o corpo nu apenas com um leve vestido de algodão e foi preparar um café para si mesma, querendo afundar na cama e assistir alguns filmes ou séries até alguém vir atrás dela novamente, seja para um depoimento ou para tentar explodir seus miolos.
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De Encontro ao Perigo [LIVRO UM - COMPLETO]
ActionSINOPSE: Júlia Scodelario está com grandes problemas... Quando a irreverente jornalista presencia um crime e se torna vítima chave de um grande caso de tráfico de drogas, ela pensa que nada poderia ser pior do que criminosos caçando-a como se ela f...