Capítulo Vinte e Seis

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Estamos chegando na reta final :') 

Vocês estão prontos para se despedir em breve? Faltam apenas poucos capítulos...

Boa leitura <3

***

Teodora tinha diversos problemas em sua vida.

Desde sempre.

Mas esse parecia ser o pior de todos.

– Você tem certeza de que deveria parecer assim? –perguntou olhando para a sobremesa de frutas e caramelo que Júlia tinha tentado cozinhar para animá-la.

– Vamos lá, apenas prove.

Segurou o riso quando viu o beicinho no rosto da amiga, no fundo estava emocionada pelos esforços dela em deixa-la feliz depois de ter discutido com Rodrigo. Deus, ela quis revirar os olhos ao pensar nele, homem infernal e arrogante do caralho. Pensar em Rodrigo a deixava com raiva... Raiva por ele ser um idiota, raiva por ela gostar dele mesmo sendo um idiota.

Ela tinha tentado ser sincera ao conversar com ele após o almoço. Mal se recordava de como a conversa tinha chegado até aquele tópico, mas lembrava-se perfeitamente de como ele surtou ao escutar que ela planejava ir embora.

O que ele esperava? Que após esse reencontro eles iriam reatar o relacionamento, casar e viver feliz para sempre? Eles tinham terminado há quase doze anos, se não mais. E Rodrigo foi o único que quis terminar tudo, então ela não entendia como ele poderia ter esperança de que algo acontecesse. Ela tinha sido uma sacana ao dizer isso para ele? Talvez, mas era a verdade.

Quando viu Rodrigo dentro daquela casa que serviu como seu inferno pelos últimos anos, ela percebeu que só poderia ser um sinal do destino. Ela tinha que usá-lo para fugir. Por isso se escondeu em seu carro e apenas fugiu com ele. Ela precisava se recuperar e então trilhar um longo caminho até encontrar a pessoa que procurava. Rodrigo era alguém que ela conhecia, mesmo tendo se tornado um policial, e sua única esperança de não ser mantida dentro de uma delegacia ou nas garras do judiciário ou no serviço de proteção à testemunha.

Ela não precisava de proteção policial – policiais nunca a tinham ajudado, de qualquer forma. O que ela precisava era de um lugar para se recuperar um pouco dos anos de negligência e abuso e então ela seguiria em frente. Teria partido bem antes, aliás, se não fosse por Júlia.

Surpreendeu-se ao encontrar uma amiga na mulher, que estava numa situação tão fodida quanto a dela, mas ainda assim continuava tão forte. Teodora a admirava, muitas vezes não tinha consigo ser tão forte assim.

Estava apegada à nova amiga e por isso partir se tornou mais difícil, porém, ainda era algo que ela faria. Precisava ir embora, tinha uma pessoa que precisava dela.

– Tudo bem, eu vou provar essa gororoba. –sorriu e pegou uma colher, afundou-a na tigela e tentou manter o sorriso enquanto aproximava aquele monte de morango e caramelo queimado da boca.

– Apenas enfie essa merda na sua boca! Está bom, eu tenho quase certeza.

Pelo menos ela sabia que era uma merda.

Teodora tinha acabado de colocar a colher dentro da boca e estava pronta para fazer uma careta, quando o som de pneus derrapando no cascalho do quintal preencheu seu ouvido. A partir desse segundo, as coisas apenas foram para o inferno num piscar de olhos.

Júlia tinha um olhar assustado no rosto, também sabendo que aquilo não era coisa boa. No minuto seguinte a porta da entrada explodiu aberta num caos de madeira e poeira, num som tão alto que ela quase não escutou o grito de Júlia, quando essa se agachou e tapou os ouvidos com força. De certo o som alto interferiu na frequência de seu aparelho auditivo.

De Encontro ao Perigo [LIVRO UM - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora