s e v e n t e e n

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- Você já teve vontade de matar alguém? - Mary perguntou, vendo o filho concordar - Quem?

- Ninguém em específico. - o Dean de agora treze anos bufou - Eu só sinto... não sei, é uma vontade difícil de controlar...

- Animais não são mais suficientes? - negou.

- Não sei. Mãe, tem algo de errado comigo? - perguntou, abaixando a cabeça.

- Dean... você só é diferente. Não há nada de ruim nisso. Okay?

- Ok...

...

- Diga logo o que quer, eu tenho mais o que fazer. - Dean falou, sem paciência.

- É, eu sei. - riu - Cuidar do tal Ben, não?

- Como você...

- Ah, Dean, você me subestima muito.

- Onde quer chegar com isso? - sussurrou, na esperança de Ben não escutar.

- Como pôde perceber, eu estou preso. Por sua culpa (e também por seu namorado, mas isso não vem ao caso) o que quero dizer é que você vai confessar. Confessar todos os crimes.

- Me poupe - riu - Ou o que? Vai ameaçar Castiel? Sabe que ele não é nada para mim.

- Tem razão, mas Ben importa.

- Eu o conheci não faz nem 24 horas, Lúcifer. Se vai me obrigar a me entregar faça algo direito. - desligou o celular voltando para perto do menino.

...

- Você pode fazer isso direito, Dean! - Mary gritou - Enfie a faca em seu coração, não era isso o que você queria?

O Dean, de agora dezesseis anos encarava o homem á sua frente tentando gritar. A faca em sua mão estava trêmula, o Winchester estava com tanto medo...

Aproximou-se do homem que estava deitado em uma maca, preso pro alguma correntes.

- Por favor... - ele implorava.

- Ele é mau, Dean. Mau. - tirou um papel de seu bolso - Lecter matou muitas, muitas, incontáveis pessoas e depois sabe o que ele fez?

Encarou sua mãe, esperando uma resposta.

- As comeu. Canibalismo, você quer deixar alguém psicopata, canibal viver? - negou - Ótimo, agora trate de enfiar essa faca no coração desse monstro.

E assim, Dean matou a primeira pessoa, mas ainda se perguntava, como sua mãe sabia tanto?

...

- Você está condenado há cinquenta anos de prisão perpétua, culpado por homicídio culposo e por fraude na polícia. - o juiz falou, diante ao júri, batendo o martelo.

Lúcifer se levantou, vendo Castiel o algemar, tirando-o do tribunal. Sairam, vendo câmeras, flashs, um bando de repórteres vindo em sua direção com seus microfones.

"Você se sente arrependido?"

"Tenente, poderia nos contar como a investigação terminou nele?"

"Como é prender um dos maiores Serial Killers da história?"

Ouvia todos perguntando, mas não respondeu. Já teria que dar diversas entrevistas mais tarde, além de que sabia como esses repórteres são, sempre distorcendo o que falam.

Entraram no carro preto da polícia, ouvindo a sirene tocar, Lúcifer estava sentado atrás de Castiel.

- Isso ainda não acabou, tenente. - sussurrou em seu ouvido - Você não sabe do que eu sou capaz. Seu namorado vai pagar caro, muito caro. - riu.

Castiel pensava como era impressionante um ser humano não sentir nenhum tipo de culpa, um ser humano fazer tudo o que aquele psicopata havia feito. Pensava que todos tem um lado bom, mas percebeu que não era verdade.

Em todos esses anos trabalhando para a polícia, nunca viu alguém tão ruim quanto esse Serial Killer. Porém, não estava surpreso.

Entregou Lúcifer para um dos policiais no presídio que finalmente haviam chegado. Disse que ele deveria ficar isolado de todos, como na solitária.

...

Já estava de noite, e Castiel ainda não havia chegado. Dean já estava ficando preocupado.

Ben estava em seu colo, enquanto o balançava, o garotinho por algum motivo estava com medo de algo, mas não sabia especificamente o que era.

Ele lembrava Dean em sua infância, o loiro sempre teve medo, medo de coisas que poderiam acontecer com ele se descobrissem a sede de matança que sentia. Mas isso foi no passado, hoje em dia, Dean não sentia mais medo, de nada.

Ouviu a porta se abrindo e viu Castiel com sua maleta, tirando a gravata. Se aproximou, beijando seu rosto e o abraçando forte.

- Eu fiquei preocupado. - sussurrou.

Casos não respondeu, apenas ficou ali, abraçado com Dean e Ben que estava em seu colo. Finalmente, sentia-se segurou.

- Vou colocar Ben na cama. - disse, subindo as escadas e ouvindo o moreno sussurrar algo que não prestou muita atenção.

Pela primeira vez, Castiel olhava os retratos que haviam pela casa. Eram todos de Dean pequeno com seus pais, eles estavam rindo descontraídos nas fotos, pensava em como a infância do loiro deve ter sido boa.

Andava pela sala de estar, depois de tirar seus sapatos, quando sentiu algo gelado em seus pés, olhou para o chão e viu um líquido vermelho. Agachou, passando sua mão e então percebeu que aquilo na verdade, era sangue.

killer ; destielOnde histórias criam vida. Descubra agora