t w e n t y o n e

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Dean estava atrás da parede do quarto de sua mãe, ouvindo enquanto Mary falava ao celular. 

- Você sabe que eu não faço mais isso. Tenho uma família agora, mas Dean... - suspirou - Ele era muito novo quando tudo aconteceu, mas acredito que o deixou com sequelas. Ontem, encontrei ossos de cachorros no quintal, acho que Dean está matando animais. Ele reclamou que não gosta de Lúcifer para mim, tenho medo que tente fazer algo... Algo grave. 

Dean Winchester nunca havia esquecido desse dia, o dia em que ele soube que havia algo de errado consigo mesmo. É claro que não era normal uma criança de oito anos matar cachorros e não sentir culpa ou rancor mais tarde, não era normal uma criança de oito anos ficar isolada na sala de aula, sem brincar com as outras crianças, desejando que todas elas morressem. 

Sua mãe havia o levado em alguns psiquiatras algumas vezes, todos eles diziam a mesma coisa: seu filho tem indícios psicóticos, isso pode piorar com o tempo se não for tratado. Mary apenas concordava e ia para casa. Pela sua lógica, Dean podia matar pessoas quando ficasse mais velho, porém apenas pessoas que merecessem e sem ser pego. 

Mary Winchester em sua juventude, havia matado várias pessoas em troca de dinheiro, nunca foi pega, sabia o que fazer e quando fazer, tudo isso ela ensinara para o filho. Mary acreditava em um código com 6 passos; 1- matar somente quem merece; 2- achar o lugar certo para matar; 3- atrair a vitima para o local; 4- ser discreto; 5- matar, sem deixar evidencias; 6- esconder o corpo. Dean então, sempre matou baseado no código.

Uma família de psicopatas, essa era a verdade sobre a família de Dean. Será que Ben seria desse jeito? Ele não pode ter esse futuro, não era o que Dean queria. Queria que Ben fosse o melhor aluno da classe, tivesse amigos, se formasse em uma boa faculdade, queria vê-lo construir uma vida. Uma boa vida...

- Santo anjo do senhor...

- Cale a boca, isso nunca ajudou ninguém - Dean falou, sem olhar a para trás terminando de arrumar o machado - Então, como vai ser, você vai me contar o que fez ou eu terei que te falar?

- O... que você vai fazer comigo? - O homem choramingou. Sua voz tremeu.

- Bem, de um jeito eu de outro você não sairá daqui. - Dean deu um meio sorriso, não havia sentimento algum ali, apenas um prazer estranho - Mas, se cooperar comigo, prometo que serei rápido.

Viu o homem, assentir devagar, horrorizado com o que estava acontecendo. Simplesmente se aproximou, sentando-se na pequena mesa onde estavam os "instrumentos" que tanto amava.

- Vou fazer algumas perguntas e você irá responder com toda a sua sinceridade. Se é que existe.

- Tudo bem...

- Qual o seu nome?

- Matthew... Westy

- E você sabe porquê está aqui, não sabe?

- Você é o assassino que a polícia estava procurando, não é? Mas eles pegaram o cara errado...

- Cale a boca e me responda.

- Eu...

- Não estou com muita paciência hoje - bufou Dean - Adeus.

Levantou o braço em que segurava o machado e levou até o pescoço do homem.

Encarou o cabeça no chão por alguns minutos imóvel.

- O que você sente quando vê alguém fazendo algo errado? - O psiquiatra perguntou.

killer ; destielOnde histórias criam vida. Descubra agora