»Capítulo Quarto«

3.1K 224 168
                                    

Ericke insiste em ficar aqui em casa. Ele acha que posso fazer alguma besteira. Além disso amanhã tem aulas. Sinceramente? Tô nem ligando!

Me formei em Medicina e engenharia. Falo várias línguas das quais: árabe, chinês, francês e outras. Para quem viaja muito é fundamental. Tenho oito carros exclusivos. Sendo eles um Audi 20, Ferrari 3.000, Camaro Turbo 620.

Vou direito para o meu bar. Tentar esquecer essa merda.

Puta!

Pego duas doses para ver se terá o efeito imediato.

— Cara, não é melhor não. — Fala Ericke aparecendo ao meu lado — já arrumei a banheira; a água está morna. Depois vá se deitar.

Só me faltava essa... meu melhor amigo com pena de mim.

— Não quero. Estou bebendo. Não está vendo!? Está cego!? — falo, irritado.

— Sim, estou vendo. Pare de beber isso não ajudará. — Responde com calma. Como se não escutado o que falei segundos atrás.

— Vá embora. Não quero sua opinião e muito menos sua ajuda. Você também transou com Anne? — pergunto com ironia. — Você é um imbecil, inútil por isso sua mãe te deixou. — Cuspo as palavras em sua cara — Não quero olhar para essa sua cara de coitado. Saía daqui agora! — falo alto.

— Eu não merecia isso. Nos momentos em que mais precisou, como esse, eu estava ao seu lado. E nós dois sabemos que isso com a minha mãe não é verdade. Mas tudo bem, já estou indo. — diz olhando em meus olhos.

O observo caminhar até a porta. Ele abre e antes de sair olha pra mim. Consigo ver seus olhos claros com uma cor triste, nessa olhada vejo cair uma lágrima.

O que eu fiz!?

— Boa noite — diz.

E foram essas suas palavras antes de ir fechando a porta atrás de si. Subo as escadas vou para o meu quarto; vejo a cama arrumada. Meu peito dói. Vou até ao banheiro e vejo a água morna. Meu peito dói mais ainda, como se passassem uma navalha por ele. Tiro a roupa e entro na banheira sentindo o corpo relaxar. Mas a consciência não, ainda me atormenta.

Depois de quase uma hora no banho saio e deito-me.

Não irei pedir desculpas. Não mesmo.

VOLTANDO A AMAR¹ [concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora