»Capítulo Oito«

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Saio em disparada para o elevador. Aperto o botão um, pois o meu carro está na garagem subterrânea.

Creio que quebrei todas as leis.

E as lembranças vem em minha cabeça sem autorização quando abro a porta e me deparo com Anne.

— O que você está fazendo aqui?

— O que essa piranha está fazendo aqui?

— Fala direito com a minha filha! Ela tem seus motivos, foi ameaçada. Fez isso por amor a você; iam te matar.

— Por favor, amor. Me escuta. Iam te matar.

— Ah, para.

Dou um sorriso irônico.

— Solte a minha filha!

Ela cai de joelhos.

— Filha!

— Não tem amor?

Saio da sala de espera. E no corredor me deparo com Jacke.

— Amigo! Posso te explicar.

Dou um soco em cheio em sua cara.

E uma batida me tira dos meus pensamentos. Não sei se dou graças aos deuses ou lamento não ter morrido.

Saio do carro. Graças aos Deus minha Ferrari está intacta, pois é blindada. Olho e vejo uma lata velha com a parte traseira toda danificada.

— Olha o que você fez!? — ouço uma voz de mulher. Viro-me para ver se ela se machucou.

— Está bem? —pergunto.

— Estou, mas meu carro não. Está cego!? Não é possível que não esteja vendo!

E essa lembrança volta a me assombrar.

Pego duas doses. Para ver se irá dar o efeito imediato.

Só me faltava essa, meu melhor amigo com pena de mim.

— Não quero. Estou bebendo. Não está vendo!? Está cego!?

— Sim, estou vendo. Pare de beber isso não ajudará.

— Vá embora. Não quero sua opinião, muito menos sua ajuda. Você também transou com Anne? Você é um imbecil, inútil por isso sua mãe te deixou. Não quero olhar para essa sua cara de coitado. Saia daqui agora!

— Eu não merecia isso. Nos momentos em que mais precisou, como esse, eu estava ao seu lado. E nós dois sabemos que isso com a minha mãe não é verdade. Mas tudo bem, já estou indo.

— Desculpe-me. O que a me?... — Olho para a garota em minha frente com uma saía amarela como a cor de seu fusca, e com a blusa cinza com girassóis vermelhos com o botão laranja e o cabelo verde com dois palitos.

Não me contive. Começo a rir.

— Que foi? Tem alguma palhaça aqui? — fala, revoltada.

— Tem. Você!

— Vou te processar — continua – vou tirar tudo que você tem.

— Me desculpe – me recomponho. – Darei um novo em folha para você. — Digo, agora sério.

— Sério? — pergunta ela sorridente.

–Sério.

— Olha, não brinque comigo.

—Pode ligar para o meu advogado. — Dou o cartão com os meus dados. — Ele marca uma audiência.

— Ok.

Entro no carro e vou para casa. Hoje foi um dia cheio. Muito cheio!

VOLTANDO A AMAR¹ [concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora