Capítulo 5 - Engrenagem de Fogo

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De repente, minha caneta segue os caminhos das quimeras

     Ela vira pincel, desenha mundos moventes

     É câmera – revela faces, desperta o fundo escondido do lago.

Ela mergulha no papel como na água

     E ela quer ser o pássaro do belo dia, alar nos pensamentos

     Levantar voo – sair dos dedos.

Ela deslumbra meus achadiços, abre o tapete colorido

     Para a imaginação subir.


E, com ela, vou rabiscando, baixando a carga

     Vou reescrevendo, molhando tinta nas folhas amassadas

Reconstruindo, rebordando o livro da história.

Vou erguendo balões de ar, viajando neles.

Balões de sonhos, apaixonando-me neles.

     Vou embaloando meu mundo, feliz – ampliado

     Vendo mil visões, vivendo mil lendas.


De repente, desenho nuvens sobre laudas: asas do céu

     Coloco a leveza e claridade, para fazer dias valorosos.

As palavras giram, feitas parafusos

     Juntando varas – tábuas de versos

     Para construir o armário de poesia.

As palavras levitam, andam a passos de gelo nos cabelos

     Fazem cócegas, chuva no céu dos olhos.

Minha caneta é maquina: engrenagem de fogo

     Túnel do tempo, espaçonave dos sentimentos.

 Minha caneta é água doce na garganta

     A fruta fresca à mesa reunida

     O chá que desperta e alucina.


O Que é Poesia - O significado e o desafioOnde histórias criam vida. Descubra agora