Capítulo 9 - Frouxel

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Vem, torvelinho, tornar-se forte vendaval 

Vem voar comigo em assopros turbinosos

     E girar meu cata-vento liberdade.



Vem aprender que nem todas as penas servem para voar:

      As mais macias servem ao afago;

     Penugens prestam-se à proteção e ao arrepio;

     Penachos servem à beleza e à destreza.



Vem aprender que nem todas as asas alçam bons voos:

     É preciso abrir as asas da utopia, encantar o peito;

     Ser liberdade, pipa solta do cordão – sem comando;

     Empinar-se ao alto, em grandes remígios, sem medo.



 E nivelados, vamos conhecer os ventos:

     O vento que apita e o vento que rosna

          Que empurra o barco sem vela;



O vento que sopra doce ar à salgada onda

     Que sopra nuvens amarelas ao céu azul.



O vento estremece e emociona

     Que volteia na poeira da estrada, da solidão.



Vem voar em muitas asas: negras, rajadas, penujadas

     Molhadas na face, gotas azuis, fantasiadas de céu.



Voar com barbatanas abertas e peito inflado

     Molhar o bico no lago, soprar chuva das penas.



Vem abrir as barbas das penas alares, exibir o colar dourado

     Dar grandes asadas ao largo, ao voo sublime da vida.


O Que é Poesia - O significado e o desafioOnde histórias criam vida. Descubra agora