Adentrou minha solidão,
acendeu as luzes,
tirou a poeira dos móveis
e me propôs um jantar.
Eu aceitei.
Aceitei como quem aceita
lembrancinha em festa de criança.
Aceitei quase que ligando o carro,
colocando ele no porta-malas
e indo para um restaurante bacana.
Não era desespero.
A solidão era tão escura
que, quando alguém fez luz,
eu só queria ser luz também.