Alô?

400 36 9
                                    

É sábado, quase domingo,

e nós dois dormindo

entre conversas vazias,

cheias de amor.

Você reclama do meu silêncio,

mas, meu bem, até mesmo o meu mais surdo silêncio te pertence.

Não me importaria de ficar horas e horas calada,

pendurada no telefone,

escutando a sua presença do outro lado da linha.

"Alô, o gato comeu sua língua?", você reclama.

Não, meu bem, não!

Minha língua continua aqui, mas a sua...

A sua está tão longe que às vezes até fico muda.



Poesia de BotecoOnde histórias criam vida. Descubra agora