Enquanto eu te espero

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Enquanto eu te espero,
vou descobrindo novos lábios,
novos braços e abraços,
novos quartos
e orgasmos.
Enquanto eu te espero,
a vida não para.
As contas continuam chegando,
o preço da gasolina está cada vez mais alto
e eu não consigo pagar o aluguel.
Vou ser despejada.
Mas já estou acostumada...
Desde que você se foi,
tudo é despejo, sem despedida.
Será que eles não entendem?
Estou ocupada esperando você voltar.
E, enquanto eu te espero,
a maldita vida não para.
Às vezes parece até que ela acelerou o passo, acredita?
Já é sexta de novo,
18 horas em ponto.
O jantar está na mesa
e eu estou na porta,
ainda te esperando.
Enquanto eu te espero,
a comida esfria
e a novela perde a graça.
E eu já sem fome, com a TV desligada,
vou procurar um pouco de enredo
nos corpos que me pagam alguma bebida.

Poesia de BotecoOnde histórias criam vida. Descubra agora