Furacão

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Dentro deste redemoinho
eu não consigo enxergar
o que vem depois.
O que vem depois?
Paz?
Ou mais destroços?

Aqui dentro,
é frio.
Estou sozinha
e tudo o que eu toco
é triturado com uma força
cuja existência eu nem sabia.

Não vejo a hora
deste redemoinho...
Redemoinho, não.
Redemoinho é eufemismo.
Não vejo a hora
deste furacão acabar.
Quero paz.

Porém só há casas,
postes
e automóveis
destruídos.
Há também o choro
de lágrimas que prezo
e cuido para não caírem.

Diante deste caos,
sem enxergar o futuro,
percebo que o furacão sou eu.
Sou furacão,
quando o que eu mais queria ser
era brisa.

O que vem depois?

Poesia de BotecoOnde histórias criam vida. Descubra agora