Petróleo

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O homem,
desde que é homem,
faz guerra.
Na antiguidade,
na idade média
e na moderna.
Guerra em nome da paz,
em prol do money,
em parceria com o sangue.

Guerra!
Primeira,
segunda...
Opa, vai com calma,
não engata a terceira.
Dá uma freiada,
dá uma esfriada.
O socialismo e o capitalismo
estão numa racha de mapa,
querem ultrapassar,
atropelar
e matar
a gente.

Que guerra feia!
Que guerra fria!
Mal acaba a corrida e já tem mais corpos na pista.
O Vietnã,
coitado,
teve seus filhos assassinados.
Foi boneca
e carrinho
para todo lado.

Ei, moço de farda,
de terno e gravata,
de roupa de marca,
de tênis da Nike
e de carteira recheada,
me responde uma coisa:
pra que tanto tiro?
Pra que tanto sangue?
Pra que tanto choro?

Esse preço da paz tá errado.
Quantos juros,
quantos soldados,
quantos civis
dilacerados.
Não resta nada quando o último tiro é dado.
Tá tudo escuro.
Tá tudo preto.
Vai ver é luto...
Ou petróleo mesmo.

Poesia de BotecoOnde histórias criam vida. Descubra agora