Pouquíssimas pessoas viram o rei do "Rock and Roll" como eu tive o privilégio de vê-lo. Ele foi considerado uma lenda e um superstar pelo mundo, e ele realmente foi ambos. Mas para nós, que o conhecíamos pessoalmente e como amigo, ele foi muito mais do que isso. Ele era, de muitas formas, um ser humano amável, doador e humilde.
Minha vida com Elvis começou em maio de 1967. Estando desempregada e precisando de trabalho, eu me inscrevi numa agência local de empregos de Memphis na rua Cleveland. Eu estava à procura de um emprego como governanta e estava tentando isso com uma conselheira de empregos chamada Ghost.
Enquanto trabalhava em casa, certa manhã, o telefone tocou. Era a sra. Ghost. "Adivinha para quem você vai trabalhar?" ela perguntou, com uma pitada de emoção na voz. "Quem?", perguntei indiferente. "Elvis!" ela exclamou. Eu perguntei o que provavelmente foi a pergunta mais ridícula que alguém em Memphis poderia ter feito: "Elvis quem?" Embora eu não conseguisse ver o rosto dela no outro lado da linha, tenho certeza que ela deve ter revirado os olhos enquanto respondia pacientemente: "Você sabe - Elvis Presley, a estrela de cinema!"..."Ah, esse Elvis!"... Eu não acho que estava assimilando bem o que ela estava me dizendo. Era como se, mesmo ouvindo o que ela estava a me dizer, eu ainda não tinha coragem bastante para acreditar.
Ela me explicou que tinha recebido um telefonema de Dee Presley, a esposa do pai de Elvis, Vernon, e que eles precisavam de uma governanta para trabalhar na casa de Elvis, em Graceland, que fica na parte sul da cidade. Ela me disse que sentia que eu iria satisfazer os requisitos que eles procuravam, por causa da minha experiência, e que eles queriam que eu fosse trabalhar para eles baseado na validade de sua recomendação. Ela estava me oferecendo o emprego e, se eu aceitasse, não era preciso que eles me entrevistassem antes. Levou um minuto para eu acreditar que estava-me sendo oferecida uma oportunidade para trabalhar na casa de um dos nomes mais famosos na história da indústria do entretenimento! (Eu estava, é claro, muito familiarizada com o nome de Elvis Presley, mas eu não sabia muita coisa sobre ele, além do fato de que ele era um mega star e vivia em Memphis e era muito famoso!) Eu não tinha ideia, falando com a sra. Ghost ao telefone naquele dia, o quanto minha vida estaria prestes a mudar.
Sem qualquer hesitação eu aceitei o trabalho, e por telefone fui instruída a me apresentar "pontualmente às 8hs da manhã seguinte na casa de Elvis." Como se ela precisasse me dizer, enfatizou: "Seja o que for que você fizer agora, certifique-se de que não está atrasada. A família Presley valoriza muito a pontualidade." Ela me instruiu como chegar em Graceland, ou a "Mansão", como eu viria a conhecê-la. Disse para eu seguir dirigindo para o sul na rodovia 51, até avistar uma casa grande e branca no topo de uma colina. "É à esquerda, e tem uma parede de pedra em torno dela e portões de ferro com notas musicais gigantes na frente; é uma bela casa. Confie em mim", ela disse, "não tem como errar." "Não deve ser muito difícil de achar", eu pensei. Para ter certeza de que eu sabia exatamente onde eu estava indo na manhã seguinte, e para garantir que eu estaria lá na hora certa, chamei o meu marido para me levar e encontrar Graceland naquela noite.
Assim como me foi dito, não foi difícil de encontrar. A mansão estava toda iluminada e tinha uma vista muito bonita à noite. Era uma noite agradável, e bem estrelada. Tinha luzes na longa entrada que leva até a casa. Parecia como se cada luz estivesse acesa, e meu marido comentou como a casa estava bonita, emoldurada contra o céu noturno. Uma brisa suave balançava os topos das pesadas árvores, dando um aspecto quase surreal de toda a propriedade.
Então ficamos sentados em nosso carro na estrada, olhando para aquela casa imponente, assentada no alto da colina. Eu estava prestes a começar a trabalhar para uma verdadeira estrela de cinema! Nunca, em meus sonhos mais selvagens, eu teria imaginado isso. Enquanto nos dirigíamos para casa naquela noite, percebi que estava começando a me animar com a perspectiva de trabalhar para alguém tão famoso. Eu achei um pouco mais difícil do que o habitual pegar no sono naquela noite, pensando no que estava por vir e no que eu tinha imaginado.
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Dentro de Graceland (Nancy Rooks)
RandomNeste livro, Nancy Rooks recorda a época em que trabalhou como empregada doméstica de Elvis Presley (1935-1977) em sua mansão, Graceland. Um singelo relato de parte do cotidiano do rei do Rock.