De todos os acontecimentos que trouxeram felicidade para Elvis durante o tempo em que o conheci, nada se compara ao nascimento de sua filha, Lisa Marie.
Ela trouxe-lhe uma mudança sem igual. Quando ela entrou em sua vida, tudo em Graceland mudou, como raios de sol enchendo uma sala.
Muitas pessoas que conheciam Elvis receavam que ele não estivesse pronto para o desafio da paternidade. Logo ficou comprovado que elas estavam erradas. Como todos os demais, eu estava muito animada com a expectativa de um bebê dentro dos muros de Graceland.
Ainda me lembro do dia que Priscilla entrou em trabalho de parto. Ela entrou no quarto de Dodger e disse que achava estar na hora de ir para o hospital.
Dodger perguntou: "Sua bolsa estourou?", e Priscilla respondeu: "Sim, estourou". Dodger, sentindo medo e nervosismo na voz de Priscilla, tentou tranquilizá-la.
"Está tudo bem, querida", disse a Priscilla. "Eu passei por isso seis vezes e prometo que tudo vai ficar bem".
Priscilla foi para a sala, sentou-se no longo sofá e esperou pacientemente. Elvis e alguns dos caras reuniram todas as bolsas e malas de viagem que já tinham sido preparadas para o grande evento, e levaram-nas para fora, pondo-as nos carros estacionados na frente.
Admirei a doçura de Elvis quando entrou. Ele ajudou Priscilla a levantar, em seguida entrou no quarto de Dodger e beijou-a na testa, enquanto ela estava sentada na cadeira de balanço perto da porta. Ele estava tão nervoso que chegou a comentar com a avó, e ela finalmente teve de lembrá-lo de Priscilla. Ele beijou-a novamente e ela agradeceu e disse: "É melhor você pegar aquela menina agora e levá-la para o hospital... e dirija com cuidado!"
Todos saíram pela porta da frente e se dirigiram para o hospital.
Pelos padrões normais da maioria das pessoas, essa era uma tarefa bastante rotineira, mas não para Elvis Presley. Havia dois carros diferentes prontos para ir - um era de reserva, para o caso do outro quebrar, o que era praticamente improvável, dada a qualidade dos carros que Elvis dirigia.
Elvis e sua comitiva estavam tão empolgados que eles quase acabaram no hospital errado. Mas, com o equívoco desfeito, Priscilla acabou no hospital certo e a pequena Lisa Marie nasceu naquela tarde.
Eu estava certa de largar do trabalho às 17:00 daquele dia, mas preferi ficar esperando Elvis retornar com as boas novas.
Todos corremos para a frente da casa quando o vimos chegando, e fizemos uma aglomeração enorme em torno dele quando ele entrou.
Ele anunciou que Lisa Marie nascera, e que a mãe e o bebê estavam bem. Não sabíamos, até que ele nos dizer, que o bebê era uma menina.
Ele nos agradeceu por todo o apoio e, após recuperar o fôlego, relatou todos os eventos emocionantes do dia. Sua excitação era tão contagiante, que todos queríamos compartilhar com ele.
Ele disse à avó: "Eu amo minha menina até à morte! Nós vamos ter um menino da próxima vez!" Ele sorriu e completou, extasiado: "Nós vamos ter vinte filhos!"
Eu disse a ele: "Bem, você só tem mais dezenove pela frente". Todo mundo riu.
(Várias semanas mais tarde Priscilla e eu estávamos conversando e eu mencionei, provocativamente, o que Elvis tinha dito sobre querer 20 crianças. Ela riu e respondeu: "Bem, ele vai ser o único a tê-los, porque eu não terei mais!").
Antes de sair, perguntei a Elvis se eu poderia preparar-lhe algo para comer. Imaginei que ele provavelmente não teria comido muito no hospital, mas ele respondeu: "Obrigado, Nancy, mas estou muito eufórico para comer qualquer coisa agora". Assim fui embora depois disso.
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Dentro de Graceland (Nancy Rooks)
AcakNeste livro, Nancy Rooks recorda a época em que trabalhou como empregada doméstica de Elvis Presley (1935-1977) em sua mansão, Graceland. Um singelo relato de parte do cotidiano do rei do Rock.