Voltei ao trabalho no dia seguinte, cheia de expectativas e me perguntando o que o novo dia traria. Comecei o segundo dia do mesmo jeito que no anterior - varrendo, limpando, mantendo a casa em ordem de forma geral. Ao fim do dia eu estava na cozinha ajudando Daisy, quando Priscilla entrou.
Fiquei impressionada com o quão pequena e bonita ela era. Ela parecia tão jovem! Nós trocamos gentilezas e eu me apresentei. Notei que, embora educada, ela era um pouco mais reservada que os outros membros da família que eu conhecera no dia anterior. Lembro-me que ela estava de calça escura e uma blusa cor clara. Seu cabelo era de um escuro comprido e encaracolado.
Ela e Elvis tinham se casado há apenas algumas semanas e ela tinha vindo para a cozinha para ajudar com o café da manhã de seu jovem esposo.
Ajudei Daisy a preparar primeiro o café da manhã de Priscilla: torradas francesas, um ovo cozido, bacon e uma xícara de chá quente. Ela realmente amava chá quente, e eu aprendi a fazê-lo com uma colher de chá de açúcar e um pouco de leite (me custou algum tempo e várias tentativas antes de aprender a fazer a mistura de leite e chá do jeito que ela gostava, mas finalmente aprendi). Elvis tinha pedido para levar o café da manhã até seu quarto e, depois de terminar seu próprio café da manhã no balcão da cozinha, Priscilla queria nos ajudar a preparar o café da manhã dele. Ela cozinhou algumas coisas e me ajudou a carregar parte da comida numa bandeja separada, e então nós duas seguimos pelas escadas até o segundo andar e entramos no quarto.
Ele ficou agradavelmente surpreso quando Priscilla entrou no quarto comigo levando parte de sua comida. Ela estava determinada a ser a melhor esposa que pudesse, e isso incluía aprender quais os alimentos preferidos dele.
No segundo dia já começava a me sentir em casa naquela mansão e não tive problemas para entrar na rotina e saber o que era esperado de mim.
Realmente não havia nada programado; apenas, como tia Delta e Vernon tinham me dito no primeiro dia, era "fazer o que precisava ser feito". Eu rapidamente me adaptei à programação de trabalhar para Elvis, e estabeleci uma rotina diária de limpeza.
Um mês depois de contratada, Daisy precisou de uma licença para ir a um funeral de um parente distante. Mais tarde ela soube que tia Delta e Priscilla consideraram sua ausência demasiado longa, e por várias razões. Ela acabou ficando fora por vários dias após o funeral. Então, no dia em que voltou, ela estava fazendo algo na cozinha e eu estava ajudando.
Eu tinha acabado de levar a refeição de Elvis e Priscilla na sala de jantar e, ao voltar para a cozinha, comecei a falar com ela.
Foi quando Priscila entrou na cozinha e, na minha frente, disse a Daisy que seus serviços já não eram necessários, e que ela deveria pegar seu último salário imediatamente no escritório.
Daisy começou a chorar e foi para o quarto de Dodger. Eu a segui até o quarto e ouvi ela perguntando a Dodger se ela poderia fazer algo para ajudá-la. Dodger respondeu que sentia muito, mas ela não tinha controle sobre quem era contratado ou demitido.
Acho que Dodger teria gostado de poder pedir para ela ficar, porque ela e Daisy sempre se deram muito bem, mas ela aparentemente sentiu que não era de sua alçada interferir em assuntos dessa natureza. E ela não se achava em posição de ir de encontro à óbvia vontade de Elvis e Priscilla. Bem, como eu me lembro, Daisy saiu imediatamente e nunca mais voltou a Graceland depois disso.
Depois que Daisy foi embora, Priscilla me chamou à parte e me comunicou que eu ficaria no lugar de Daisy como cozinheira, além de manter os meus deveres como empregada, e que eu trabalharia lado a lado com Maria, a outra cozinheira do horário da manhã.
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Dentro de Graceland (Nancy Rooks)
RandomNeste livro, Nancy Rooks recorda a época em que trabalhou como empregada doméstica de Elvis Presley (1935-1977) em sua mansão, Graceland. Um singelo relato de parte do cotidiano do rei do Rock.