6- backing to life

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Harry voltava para casa naquela tarde. Fazia dois meses que não via Louis, mas obviamente ouviu falar dele.

Filho do empresario Mark Tomlinson é atropelado na Quinta Avenida e recupera-se na casa do namorado.

Era apenas uma manchete, mas teve um sentimento em Harry. Faz dois meses, dois meses que Harry esperava que seu corpo e mente respondessem como sempre fizera. Mas ele não esqueceu, todos os poucos dias e poucos momentos ainda eram frescos naquele cérebro vigarista que estava a engana-lo. Ele só queria voltar a dormir, voltar a falar, voltar a viver. Ele estava tendo tenebrosos pesadelos, as olheiras voltaram, ele tinha os lábios rachados e pele ressecada. Ele vestia-se de negro todas as manhas. Os dias passaram a ser gelados e cinzentos.

Inicio do inverno.

Inicio do inferno.

Quem no mundo iria gostar de inverno morando sozinho e tendo de aquecer seus pés por si próprio. Mas na verdade, Harry nunca experimentou aquecer seus pés na cama com um parceiro. Harry mal sabia o que era carinho e afeto, então para ele não fazia falta. 

Louis passou de seus bons e maus dias. Em tardes que Stanley saía, se avisos o menor sofria, pois não conseguia levantar-se. Sentia vontades básicas como usar o banheiro e acabava por urinar em suas calças, passava fome e calor. Stanley quando voltava, discutia e xingava Louis por ter sujado a cama. Então deixava-o la por mais algumas horas para 'aprender que não devia molhar as calças'. Assado e dolorido Louis se contentava com sanduíche de pasta de amendoim e suco ou água. Stanley Lucas não sabia fazer nada na cozinha sem queimar tudo. 

A mordomia da cama foi retirada dele, que agora tinha de aceitar o sofá desconfortável. Perna quebrada erguida, coçando o tempo todo.

Aquela tarde fria, depois de dois meses. Dois malditos meses. Ele sentia-se envergonhado por simplesmente despachar Harry como.se ele tivesse sido útil por aquele momento. Mas na verdade, o que o coração de Louis pensava era na necessidade de carinho, ele sabia que Harry não saberia dar a ele e que Stan daria facilmente. Estava enganado.

Em partes estava certo, Harry não sabia quando alguém necessitava de carinho e afeto, ele nem sabia o que exatamente essas palavras significavam, mas com certeza o cacheado faria de seu melhor, ele se importava tanto. Ele chorava tanto a perda daquele que tanto quis ajudar.

Com frio, Louis se encolhia o máximo possível. Ele tinha esperanças que alguém o salvaria daquela tortura que estava sendo morar com Stanley. 

A frustração sexual de Stan sobrava para Louis, pois o menor não poderia dar a ele o prazer que necessitava. E nas madrugadas que chegava bêbado, despreocupado com o estado de Louis fazia barbarias com o machucado que sem poder se defender concedia todos os pedidos do outro. 

Louis estava ruindo.

Mas tudo mudou. Gêmeas estavam em sua porta e eram as doces e amáveis irmãs de Louis. Phoebe e Daisy entraram correndo ate o corpo do irmão jogado no sofá.

- Lou, sentimos muito. Queríamos vir te buscar mais logo, mas não conseguimos convencer a mamãe ate agora. - Daisy, a menor, disse em um único folego - ela esta aqui, vamos te levar para casa.

- Sério isso?

Johannah entrava pela porta com seu vestido caro e joias cheias de pedras, sandálias altas e uma bolsa cara.

- Só até que se recupere. - disse simplesmente

- Certo, não imaginei diferente -revirou os olhos - eu até diria que não quero a maldita da ajuda de vocês ou algo totalmente orgulhoso, mas eu estou todo mijado e morar aqui só esta fodendo com tudo. - disse com raiva olhando a mãe nos olhos. - E assim que eu puder andar, não vou pensar duas vezes antes de voltar para a rua. 

In The City StreetsOnde histórias criam vida. Descubra agora