7- psychopath

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Porque isso estava acontecendo com ele? Harry não sabia, mas tinha uma leve impressão de que a vida não gostava dele.

Louis estava feliz sem ele, estava com uma garota... Aliás, quem é ela?

Inspira, expira, inspira, expira...

O ar lhe faltava e ele corria até seu apartamento que parecia nunca chegar. Ele não se lembrava de morar tão longe.

Pela entrada do prédio entrou como uma bala apressada. Nem olhou para o porteiro ou qualquer um que estivesse ali. Não que ele fosse dizer ‘olá’ mas ele costumava encarar o porteiro pra ter certeza que não era tão metido quanto parecia.

No elevador sozinho, soluçava baixo enquanto lágrimas ainda escorriam em seu rosto macio. A porta se abriu e ele novamente correu em busca de sua porta onde, com as mãos tremulas, sofreu para colocar a chave na fechadura e gira-la o numero de vezes necessárias.

Seu peito estava tão apertado em seu peito que ele sentia medo de fosse morrer. Murmurava uma série de “por quês?” sem entender o que acontecia com seu corpo. Ele nunca agiu assim antes, nunca.

Louis foi um nada em sua vida e ele estava sofrendo por quê?

Ele queria entender o que Louis fez com ele em tão pouco tempo.

Dormiu jogado em sua cama com as mesmas roupas do dia anterior e na manhã seguinte, com os olhos inchados, fez seu café da manhã recheado de coisas gordurosas que o fazia se sentir melhor.

Quem nunca afogou mágoas em chocolates e gordurosos em geral. Harry podia ser diferente em todos os aspectos, mas não conseguia fugir da adrenalina que o chocolate liberava em seu corpo.

Sentado no sofá e sem vontade de levantar para fazer qualquer coisa se deparou com um canal aleatório que falava sobre “Verdades estranhas” e contava a ideia de Elouise Rigby.

"Elouise Rigby era uma mulher solitária que vivia na igreja apanhando arroz de festa de casamento, ela ainda alimentava um sonho dentro de si, ela queria amar alguém e casar com a pessoa amada. Ela passava o dia numa janela vendo as pessoas passarem, algumas felizes e outras nem tanto. Elouise Rigby foi criada por uma tia, por causa que sua mãe a abandonou e seu pai era alguém desconhecido. Aos 13 anos, a tia dela morreu, ela viveu só por todo esse tempo, ela não tem amigos e nem conhece mais ninguém da sua família. Padre MacKenzie vivia na igreja, falava aquele sermão que ninguém nunca ouvia. A noite consertava as suas coisas e o que machucava era a razão de não haver ninguém por perto.

Elouise Rigby morreu e ninguém foi para o enterro, não se sabe o certo o que aconteceu. Padre MacKenzie limpa suas mãos enquanto caminha para o sepulcro. Nada mudou naquela cidade, ninguém sentiu aquela perda. O pior sentimento que alguém pode sentir é solidão, ficar só é a pior coisa. Conquiste as pessoas para perto de si e assim você não terá o mesmo fim de Elouise Rigby!"

Harry sentiu seu coração apertar com pena da mulher e com medo de que aquilo fosse acontecer com ele. Lembrou-se de algo que ouviu alguém falar, algo como “O senhor é muito infeliz, não é? Solitário como o demônio e, como ele, invejoso. Ninguém gosta do senhor, ninguém o chorará quando morrer!”.

Ele não tinha ninguém para chorar sua morte. Ele não tinha ninguém. Ninguém...

Sentiu lágrimas voltarem a escorrer por seus olhos e ficou pela sala, choroso e se esperanças, coisa que nunca fez.

Louis ficou calado pelo resto do dia, não comeu nem se mexeu em sua cama. Madson já estava começando a se preocupar.

- Lou eu trouxe biscoitos e suco, não diga que não vai comer. – a garota entrou pela porta segurando uma bandeja com uma jarra de suco e uma vasilha lotada de biscoitos doces e salgados.

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