10- the kiss

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Harry acordou rapidamente e olhou no relógio que marcava cinco e vinte da manhã. Ele suspirou, tinha dormido pouco mais de doze minutos.

Levantou-se e vestiu sua cueca que estava jogada naquele quarto que não pertencia a ele e encontrou sua calça também por ali, depois sua blusa e em seguida seu casaco. Depois de vestido ele amarra os sapatos e fita aquele cômodo que cheirava a sexo. Ele deixou o corpo do rapaz desmaiado na cama depois de mais de cinco horas de sexo.

Olhando para o corpo podia-se ver as marcas de unhas, dedos, beliscões e mordidas. A pele era branca e agora estava tingido de roxos e vermelho. Harry sorriu e mordeu o lábio inferior, seu interior se contraiu com prazer ao ver a cena. Antes que ficasse excitado outra vez ele deixou o quarto, desceu alguns lances de escada e chegou à portaria. Pagou o que devia e avisou que quando acordasse, o rapaz iria embora. Ele teve que dar algumas libras a mais pelo tempo que o rapaz provavelmente ficaria desacordado por lá, mas ele não se importou. Olhou uma ultima vez para trás antes de sair andando, ele encarou o letreiro tão conhecido “Motel Êxtase de Amor”.

Louis acordara era próximo das oito da manhã, ele fez sua rotina de faxineira e depois cozinhou o almoço, e ele descobriu que era bom nisso. Alimentou a pequena Sandy e a acompanhou até a escola quando deu o horário, ele foi novamente à busca de um emprego. Foi uma semana perdida e ele não queria perder mais tempo.

O centro de Londres parecia muito movimentado hoje, talvez o motivo fosse um show que haveria na praça principal, reunindo milhares de pessoas com shows nacionais e internacionais. Era aniversário da cidade.

Louis se sentiu um pouco animado com isso. Então ele colocou um sorriso no rosto e partiu a andar em busca do seu emprego. Ele estava otimista, por motivo nenhum.

Chegando ao seu apartamento, Harry tira suas roupas sujas e as joga em um cesto. Entra em baixo do chuveiro e deixa o cansaço da noitada descer pelo ralo. Ele esfrega os ombros com uma esponja e o resto do corpo. Com cuidado limpou sua virilha que estava sensível e depois de se enxaguar saiu do banheiro enrolado na toalha. Vestiu apenas uma cueca samba-canção e deitou-se em sua cama macia e limpa. E foi ali que dormiu por horas.

Louis discutiu mentalmente e decidiu que ser secretária de um dentista não era algo tão ruim. E para melhorar o Dr. Horan era bem gato. Não que ele fosse dar em cima do seu chefe, mas quem sabe.

Ele iria começar na quinta, e teria de trabalhar apenas na terça, quinta e sexta, pois o doutor trabalhava em um hospital da periferia nas segundas e quartas. Ele receberia um salário que já ajudava em algo, ele poderia ajudar com uma parte a família de Mad e o resto ele poderia guardar para conseguir um apartamento.

Mas Louis não sabia que indo para casa naquela hora ele encontraria Mad e sua mãe discutindo:

- Madson, ele não pode continuar aqui.

- Mas mãe ele é meu amigo e não tem para onde ir.

- É eu sei, mas o problema é que por causa dele eu estou tendo que pegar turnos a mais e plantões para conseguir mais dinheiro.

- Ele foi atrás de emprego, eu sei que ele vai conseguir.

- Mas até lá não vai dar Madson.

- Eu vou dizer isso a ele.

- E eu tenho medo de deixa-lo com a Sandy. Eu não confio nele.

- Isso é besteira, mãe. Ele nunca faria nada com a San.

- Isso é o que você diz.

Louis sentiu seu corpo contrair. De todas as incertezas que as pessoas poderiam ter sobre ele, essa era a mais mórbida e impossível de acontecer.

Mudou seu trajeto e ao invés de ir para a cozinha, foi para o quarto. Encheu novamente sua mochila com suas roupas e pertences e arrumou a cama. Suspirou, ele sentiria falta de uma cama.

Ele saiu e disse tchau para Madson que estava vendo televisão na sala. Ela não percebeu que ele estava de mochila, ele estranhou a frieza da despedida, mas saiu fechando a porta com calma atrás de si.

Decidiu dar uma passada na festa, para ver se via algum conhecido. Eram quase oito da noite e ele estava com fome, então aproveitou que tinha algum dinheiro e comprou aquelas deliciosas besteiras de festa de rua, e bebeu alguma cerveja.

Ele estava a ouvir uma musica que não conhecia, mas era calma. Ele movia seu corpo conforme a multidão, mas seu avantajado traseiro chamava atenção. Ele estava ainda com a mochila nas costas.

Por trás um corpo colou ao seu e ele aproveitou o toque. Talvez ele se lembrasse daquele toque, aqueles dedos longos não lhe eram estranhos. Seus corpos estavam muito colados agora e Louis sentia o roçar em seu traseiro. Um gemido ficou preso em sua garganta e ele sentiu lábios em seu pescoço.

- Achei que teria de esperar muito tempo pra ter ver de novo – a voz rouca soou perto de seu ouvido e o ar quente batia em seu pescoço o fazendo arrepiar.

- Harry...

- Sim, sou eu babe. – ele mordeu o lóbulo da orelha do menor – Não achei que te encontraria por aqui. Mas acho que isso é... Muito bom

Louis virou-se de frente para Harry com suas mãos no peito do maior que circulava a cintura afeminada dele com seus braços longos. Ele segurava forte.

- Eu... Sinto muito Harry.

- Não sinta Louis.

- Eu achei que te daria trabalho e como Stanley estava ali eu poderia ficar com alguém que eu conheço e...

- Não fala desse cara.

-  Mas eu preciso explicar... Eu não queria te ferir eu só queria te privar de tudo, de ter que cuidar de um quebrado..

- Cala a boca Louis.

- Por favor Harry, me deixe explicar meu lado, para que você não fique com uma visão ruim de mim, por favor.

- A impressão que eu tenho de você Louis, ela já esta formada e eu sei o que eu penso. Eu sei o que eu acho e explicando você não vai mudar nada então pare de falar – Harry se aproximou muito do corpo de Louis, prensando- o em seu abraço e eles estavam a milímetros de tocar os lábios -  aproveite o momento – sussurrou.

Os lábios de Harry roçaram os de Louis, fazendo com que o menor seguisse o movimento na esperança de um beijo, este não lhe foi dado, pelo menos não nos lábios e sim no nariz.

- Você quer isso? – Harry sussurrou.

- Muito – respondeu no mesmo tom.

Harry riu pelo nariz e o ar quente bateu nos lábios de Louis fazendo-o morde-los. Essa foi a deixa para que Harry os capturasse e beijasse ferozmente, então as línguas começaram uma batalha e quando o ar foi faltando, Harry puxou com os dentes o lábio interior do menor que soltou um suspiro. Começava a doer a mordida e Harry queria experimentar o sangue de Louis.

- Harry, por favor – Louis clamou ainda com o lábio entre os dentes do mais alto. Harry bufou e soltou aqueles lábios. – o que estava tentando fazer? – perguntou confuso.

- Nada, só queria provar algo... Mas agora eu tenho que ir.

Harry então deu as costas a Louis e saiu por entre a multidão deixando o garoto com os lábios inchados e vermelhos olhando em transe para a direção em que Harry tinha ido.

Louis soltou o ar e abaixou seus ombros. Ele abaixou a cabeça e mordeu o lábio inferior dolorido. Sentiu suas costas fisgarem e seus músculos contraírem em dor pela força do abraço daquele homem.

Louis só tinha uma coisa passando em sua cabeça, era uma dúvida que ele não sabia responder, mas que estava decidido a descobrir: “Em que Harry Styles tinha se tornado?”

In The City StreetsOnde histórias criam vida. Descubra agora