2- Help

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DICA: OUÇA ASTRONAUT - SIMPLE PLAN

Harry se movia na cama de forma desesperada, seu corpo se contorcia em defesa e medo. Ele estava tendo outro pesadelo.

Dormir estava se tornado cada vez mais difícil para o cacheado, pois toda vez que a inconsciência tomava seu corpo, lembranças percorriam seu inconsciente e traziam más lembranças transformando-as em monstros que objetivavam destruí-lo. Fazia três dias, na verdade agora amanhecia o quarto, que Harry não via o rapaz de rua no qual tropeçou. Ele queria pedir desculpas por ter tido a reação que teve e talvez ajudar.

Então ele levanta da cama e escova seus dentes brancos, lava seu rosto pálido, e agora, marcado por pesadas manchas negras em baixo deles. Olheiras profundas e obscuras tornavam aquela face delicada em uma face sofrida.

Quando estava pronto, desceu as escadas e começou a andar. Passou o primeiro ponto. Passou o segundo ponto. Quando estava quase chegando ao seu destino o silêncio que estava em sua cabeça foi quebrado por uma discussão.

- Você não pode ficar aqui!

- Mas eu não tenho para onde ir! - a voz agonizava - quero apenas um pedaço de pão.

Aquela frase tocou profundamente o coração do sensível Harry, que tirou seus fones de ouvido e se aproximou da dupla. Em frente á padaria, um homem de branco e um rapaz de roupas rasgadas e sujas. O rapaz tinha um olhar desesperado, parecia que poderia comer tijolos se lhe fossem oferecidos.

- Olá - a voz saia envergonhadamente rouca dos lábios carnudos - Qual é o problema?

- Esse vagabundo, quer ter pão de graça e ainda usar o banheiro.

- Mas eu preciso muito! Estou necessitado. E não sou vagabundo, não estou aqui por escolha.

Harry encarava a situação curiosa, ele pode perceber alguns traços. O moreno sujo que habitava a pele do garoto o fez ter flashbacks da noite em questão. Ele era o rapaz da rua, ele quem foi pisado por Harry naquele dia, hora e momento. Ele precisava fazer algo.

- Deixe-o comer a vontade. - pareceu incerto, mas logo mudou de postura - Tudo que quiser. Usar o banheiro, o chuveiro e a cama. Dê a ele a liberdade que estiver á disposição, eu pagarei por todas as suas despesas.

- Como assim? Um estranho? Como achas que acreditarei em sua palavra, sendo que nem te conheço e nem conheço este sujo rapaz.

- Apenas confie na palavra de um solitário. Solitários sempre cumprem com suas promessas, nem que tenham que dar sua vida por tal. Sei que minha palavra não te vale de nada, então está aqui uma quantia considerável.

Foram quase trezentos e cinquenta libras ao homem, que abriu a porta e deixou Louis degustar de um pão simples com manteiga e doce.

- Poder comer o que quiser rapaz. Estou pagando, utilize-se destas delícias, pois elas não vêm o tempo todo.

Então pegou alguns pedaços de tortas e doces de todos os tipos. Bebeu do café mais gostoso e depois foi convidado a tomar banho, pelo proprietário da padaria que levou o rapaz ao quarto, aconchegando-o lá. Louis tomou o melhor banho de sua vida, seu suor desceu pelo ralo juntamente com os quilos e quilos de gel e creme que passara no cabelo antes de ser expulso de casa.

A sujeira sumiu e o bom cheiro surgiu. Estava tudo ótimo lá. Louis se sentia renovado, limpo e leve. Era como nascer de novo. Sentia-se diferente e pronto para passar por tudo novamente.

- Obrigado! Mas saibas que não precisa fazer isso por mim.

- Está tudo bem. Leve isso como um pedido de desculpas por ter tropeçado em você no outro dia e ter saído correndo. Alias, sou Harry. - estava acanhado, com as mãos no bolço da calça e com a mochila de cor negra nas costas.

In The City StreetsOnde histórias criam vida. Descubra agora