Capítulo 12

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Antes de chegarem à porta de entrada do bloco, Alicia ouviu tiros. Elyza e Lahey estavam na frente e pediram para que os reféns parassem. De longe, Alicia escutou seu nome e ultrapassou o mar apertado de antigos prisioneiros para chegar mais perto de Elyza.

— Parece que os motoqueiros nos acharam — disse Elyza. Lahey suava tamanho nervosismo.

Alicia se aproximou da porta e espiou o lado de fora do quartel. Tudo era uma bagunça. Nick e Luciana se escondiam atrás do caminhão de Mars, porém nem Travis ou Madison estavam à vista. A garota não deixou de notar um corpo estirado e engoliu em seco. Não dava para ter certeza de quem era. Sem querer ser má, ela desejou para que fosse um dos motoqueiros — ou até um militar. Qualquer um menos sua família.

Informou o que vira à Elyza e Lahey. Alicia conseguia ver as engrenagens do cérebro de Elyza tentando imaginar uma saída dali para os reféns. Esperava que ela tivesse alguma ideia, pois a sua mente estava vazia. Como transportaria mais de 50 pessoas em meio a um tiroteio? Era impossível.

— Eles podem ficar aqui, certo? — Lahey disse quando Alicia expôs suas dúvidas. — Não temos armas para todos eles e tenho certeza de que não estão aptos a enfrentar uma milícia. Estarão mais seguros dentro do complexo.

— E não encontramos nenhum soldado por aqui — completou Elyza. — Acho sua ideia válida.

A garota se virou com determinação para as pessoas que aguardavam. Em um espanhol fluente, Elyza explicou a situação e garantiu que todos ali sairiam com vida se seguissem suas regras. Os que estavam na frente passaram a informação para trás e, em questão de minutos, todos estavam a par dos planos.

Antes que Alicia e os outros pudessem sair do bloco, no entanto, três jovens se acotovelaram pelo grupo e se postaram na frente.

Queremos ayudar — o garoto do meio disse de maneira determinada.

Eram dois garotos e uma garota que não deviam ser mais velhos do que Alicia. Tinham as expressões cansadas, mas pareciam crentes em auxiliar seu grupo a sair dali do modo mais seguro possível. Estavam magros, com os cabelos desgrenhados e vestes remendadas, e nenhuma dessas características era o que mais importava.

Elyza olhou para Lahey e mordeu o lábio. Estava em dúvida sobre a ajuda dos jovens. Alicia, por outro lado, estava inclinada a aceitá-la. Apesar do apoio do oficial, eles continuariam em pouco número em relação aos motoqueiros.

— As armas estão no caminhão, não dá para pegá-las e trazê-las para cá. — sussurrou Elyza em inglês. — Eu não posso ter o sangue deles nas minhas mãos.

— Não há um arsenal aqui? — indagou Alicia para Lahey.

O oficial negou com a cabeça veementemente.

— Nós estamos escassos em armas — ele explicou. — Os motoqueiros nos roubaram grande parte depois que aquele soldado resolveu ignorar suas regras.

A expressão de Elyza indicava que ela estava prestes a dar uns sopapos no homem.

Usted no puede ir — disse Elyza para os jovens. — No tenemos armas para todos. Lamento.

Os três ficaram claramente chateados.

— Vocês podem ficar aqui e organizar grupos — disse Alicia de repente — para procurarem por qualquer coisa que nos ajude pelo bloco. Deixe alguém para vigiar a porta. Vamos precisar desse apoio para tirar vocês daqui.

A garota falava um pouco de inglês e traduziu a fala de Alicia para os outros dois. Eles se animaram e logo começaram a dividir os reféns para as tarefas indicadas. O garoto do meio agradeceu a Alicia com a cabeça e desejou boa sorte ao trio.

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