E eu não pisei. Depois da conversa com a Chloe, liguei para Alice e marquei outro encontro. Jantamos em um restaurante japonês no centro da cidade, mesmo que eu nunca tivesse provado comida japonesa. É caro demais. Enfim, nós nos divertimos e no jantar não rolou beijo nenhum. Quando a deixei em casa, ela perguntou se poderíamos sair outra vez.
- Olha, eu adorei te conhecer, Alice. Você é uma pessoa muito divertida e um pouco maluca por gostar de mim, mas acho que não vai rolar.
- Posso saber o porquê?
- Na verdade, nem eu sei. Acho que não estou pronto para um relacionamento agora.
- Ned, você já teve uma namorada?
- Não.
- Eu não estou entendendo.
- Eu nunca encontrei a menina certa. E que de fato gostasse de mim.
- Eu posso ser essa menina.
- Eu sinto muitíssimo mesmo, mas não é você. Vou saber quem é quando eu a encontrar. Terei 100% de certeza.
- Eu já sei quem é.
- O que?
- É a Chloe, não é?
- Não. O que ela tem a ver com isso? Nós dois somos amigos.
- Ned, eu vi o jeito como vocês se olham...
- Não, não... Ela não tem nada a ver com isso.
- Acho que você já achou a sua garota.
E ela foi embora sem mais nem menos. Eu me senti péssimo por tê-la magoado, por outro lado me senti aliviado por não tê-la iludido. Ao chegar em casa, mandei uma mensagem para Chloe falando que estava “tudo” acabado. Ela me respondeu logo em seguida:
- O que você disse para ela?
- Que eu tenho um namorado secreto.
- Haha. O que você realmente disse?
- Eu fui totalmente franco e disse que eu não estava pronto para um relacionamento.
- Você deve ter quebrado o coração dela.
- Foi melhor assim. Eu me sentiria pior se continuasse enganando ela.
- Sinto muito. Te vejo amanhã?
- Até.
O mais curioso é que não foi a primeira vez que alguém mencionou o jeito como eu e Chloe nos olhávamos. Minha mãe disse isso quando eu lhe contei que tínhamos nos beijado. Eu não levei aquilo a sério pela primeira vez, mas na segunda eu comecei a pensar na hipótese que elas propuseram.
