A vida parece nos surpreender a cada dia que passa, sensações novas, pensamentos que haviam sidos deixados para trás agora ganhando um novo sentido, talvez tudo estivesse estranho demais para que pudesse entender, mas acho que deveria tentar, afinal, o que teria a perder?
Não saberia exatamente como descrever o dia anterior, parecia ser tudo tão natural, poderia até dizer que não percebi o tempo passar. A pintura que fizemos estava pronta, simplesmente a amei, mas quase não tive tempo para olhá-la mais, o Jared havia chegado sem mais nem menos batendo na porta, e foi justo no momento em que estava sentindo uma sensação diferente, talvez de paz? Não sei ao certo.
Antes que pudesse sair dali algo travou minhas pernas, a todo o corpo, era como se ainda tivesse um espaço vazio que deveria ser preenchido, por um momento perdi o controle do corpo e foi quando depositei um beijo de despedida nos lábios carnudos do loirinho, ele ficou surpreso, já eu fiquei um pouco incerto do que fiz, foi quando praticamente corri para sair do local, o Jared estava me esperando encostado na parede do corredor e não entendeu quando o puxei dizendo que queria logo ir para casa.
Era só um beijo.. um beijo..
Isso martelava na minha cabeça, poderia até ser uma bobagem, mas todas as tentativas de esquecer o que havia feito estavam sendo falhas. Como de costume os garotos que me beijavam, ou quando iriam se despedir depois de alguma das minhas loucuras deixavam apenas um beijo, ou algo a mais, já dessa vez era diferente, não tínhamos feito nada além da pintura, apenas nos olhamos por longos segundos, isso tornava tudo diferente.
Isso o tornava diferente.
Estava acordado se fazia uma hora e meia antes do horário que meu despertador tocava, fiquei sentado na cama olhando para um ponto qualquer no quarto, aquele típico momento que sua visão fica fora de foco e seus pensamentos parecem congelar, a mesma cena se repetindo no subconsciente, algo que não era tão perceptível pelo consciente. Despertei quando ouvi alguém bater na porta para certamente trazer meu café da manhã, permito que entre e volto a olhar para qualquer parte do quarto, dessa vez a janela foi a escolhida.
- Bom dia, Sr. Collins. Aqui está a sua refeição. - Adam - um dos empregados - estava prestes a colocar a bandeja de prata em meu colo, mas o impedi.
- Pode deixar em cima do criado, no momento não estou com fome. - falei sem nem ao menos olhá-lo.
- Certo. - fez o que foi ordenado - Se desejar alguma coisa estarei ao seu dispor. - se despediu educadamente e se retirou.
Talvez deveria me aproveitar dele, como sempre fazia com os empregados, mas dessa vez não estava com vontade, apenas queria esperar o tempo passar e me arrastar até o banheiro para tomar uma ducha fria o suficiente, mesmo que a frieza ainda fosse presente o choque térmico poderia me trazer algum efeito, ou não.
A comida parecia deliciosa e foi a única coisa que me fez querer tocá-la, mesmo com meu estômago "se negando", três torradas com geleia de morango por cima, um copo médio com suco de laranja e um pequeno pudim de doce de leite, era o meu favorito. Assim que terminei minha refeição corri para o banho, uma ducha fria como havia pensado antes, acabei começando a cantar justo a música que o Jensen colocou para tocar enquanto fazíamos a nossa pintura, sempre tive uma paixão por músicas alternativas, elas me acalmam, mesmo preferindo as mais agitadas eram elas que conseguiam me manter calmo.
A letra parece ser tão significativa, que estranho.
Termino meu banho também meus cuidados bucais, visto meu roupão felpudo e faço o mesmo caminho de sempre para o closet, escolho o look de hoje, uma saia pregada rosa que tinha duas listras brancas, a mesma não era tão curta, uma blusa branca - um tanto rosada - de mangas compridas, minhas típicas meias brancas e tênis no mesmo tom com listras rosas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Venenosa ➸ j.m
FanfictionMisha Collins, 16 anos, um estudante do ensino médio conhecido por sua incrível habilidade de deixar o sexo masculino aos seus pés, mas também pela língua afiada que retira qualquer pessoa do seu caminho. Incontrolável. Submisso, apenas quando quer...