quatro

668 58 20
                                    

Aloha, bebês! Olha só quem voltou com um pouquinho de Laurinah? Eu dedico esse capítulo para a minha Pfvrkiki . Espero que gostem e boa leitura! Besos bbs.

xx

dinah pov

Pela primeira vez em toda minha vida escolar, nunca tinha chegado atrasada. Bom... Até hoje. Normalmente no meu colégio, quem chegava atrasado ou ia pra sala da direção, ou dependendo de quantas vezes se atrasou, eram mandando de volta para casa. Atravessei o corredor, praticamente correndo. Quanto mais perto da sala da direção, mas coisas na minha cabeça lembrava que havia esquecido caderno, lápis e o celular. Oh meu celular, como eu ia ligar se acontecesse alguma coisa? Minha mãe com certeza me mataria se soubesse que eu o tinha esquecido. Principalmente depois de ontem. A porta do diretor Ian, estava mais perto. Então quando eu menos percebi, já estava com a mão na maçaneta, e empurrando devagar entrei na pequena sala, de quatro cadeiras onde no canto a secretaria do diretor ficava logo do lado dela a porta da sala de Ian. Eu me aproximei da mesa de Cora, um velhaca mal humorada.


- Desculpe a demora, é que... - Senti a sensação de que alguém me olhava, mas ignorei e continuei falando. - Dormir tarde, e como vê me atrasei, eu peço mil desculpas, Cora.

- Não precisa ficar se lamentando. - Disse ela com um tom super grosseiro. Quando eu ia me virando ela falou: - Se pensa que eu vou ter pena de você por causa daquilo, pode esquecer. Sente-se e espere pelo toque da próxima aula.

Eu a olhei perplexa, como uma pessoa em sã consciência falaria algo desse tipo para ela. Se meus pais soubessem o que ela mulher acabou de falar, não daria em boa coisa, com certeza iriam querer tirar satisfações com a direção. Cora era definitivamente uma pessoa cruel, gostava de ver as pessoas sofrendo. Mas em algum dia ela se arrependeria de tamanho egoísmo, não que eu estiver jogando uma praga nela, mas cedo ou mais tarde, ela iria se arrepender de cada palavra que disse. Foi então que eu senti outra vez, como se alguém estivesse me olhando, quando me virei para trás dei de cara com uma menina. Ela tinha cabelos escuros com cachos nas pontas, parecia ser baixa - embora não conseguisse realmente distinguir porque estava sentada - tinha um corpo cheio de curvas, e uma beleza de se admirar. Eu nunca tinha a visto antes no colégio, não que eu conheça todo mundo. Mas eu nunca me esqueço de um rosto, principalmente como a dela. Eu continuei seguindo meu caminho para as cadeiras, ela estava na cadeira do meio, então sentei o mais longe possível - na cadeira da ponta. Mas acontece que ela não parou de me olhar. Eu me levantava e pegava água no bebedor do lado de Cora, e ela me olhava, eu ajeitava o boné em meus cabelos, e ela me olhava, eu tirava meu caderno para desenhar, e ela continuava a me olhar. Aquilo já era de mais. Chega! Gritava em pensamentos. Quem esse menina pensa que é? A Mulher invisível? Será que ela não percebia que estava me constrangendo e que eu não queria que ela me olhasse?

 Quem esse menina pensa que é? A Mulher invisível? Será que ela não percebia que estava me constrangendo e que eu não queria que ela me olhasse?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


- Algum problema? - Perguntei seca. Ela me olhou e sorriu.

- Não, porque teria? - Continuou a me encarar com aqueles olhos verdes.

- Você não acha que esta olhando demais para mim? - Então ela riu diante de mim, uma gargalhada tão alta que eu acho que quase todos escutaram. - Qual é a graça? Você por acaso é louca? - Ela se virou de lado e continuou a olhar para mim. - Já chega, pare de olhar para mim.

- É proibido olhar agora? - Disse com um sorriso sedutor.

- É... - Foi minha última resposta até que o toque para a próxima aula soou entre os corredores do antigo colégio.

Nunca fiquei tão feliz com aquele som estrondoso. Fui caminhando calmamente para minha classe, mas o som do meu sapato de salto do colégio não era o único que fazia eco pelo grande corredor. Havia batidas de outro tipo de sapato, para ser mais clara sapatos de garotos, o barulho ia aumentando cada vez mais, ficando mais alto e mais forte. Quando me virei era a tal garota da sala do diretor novamente. Eu quase não acreditei quando vi, tive que piscar pelo menos duas vezes para que a sua imagem ficasse nítida. O que ela estava fazendo ali atrás de mim? Só podia ser uma brincadeira ou ele estava seguindo.

- Por acaso, esta me seguindo? - Parei e a encarei.

- Não. - Ela falou ofegante, por causa da sua corrida até mim.

- Não? E o que estaria fazendo por aqui? Eu te conheço? Aqui só é a sala do segundo ano.

- Na verdade, eu não te conheço, e você não me conhece, e se você não sabe eu sou do segundo ano, e estou atrasada. - Então me lembrei de Camila falando da nova menina que tinha entrado na nossa classe na semana que eu estava no tratamento. A menina que ela disse que combinava comigo. Mas na verdade, acho que não combinamos em nada. Pura imaginação dela.

Ela saiu correndo na minha frente, sendo assim entrando primeiro na sala. Assim que eu empurrei a porta, todos os rostos da sala se voltaram contra mim. Vozes soaram pela sala, risadas, barulho - muito barulho. Foi então que eu escutei alguém gritar: Camila, vá falar com a alcoólatra anônima! E as risadas se tornaram mais altas, que fizeram minhas pernas tremerem, comecei a ficar vermelha, uma onda de vergonha me tomou, eu mal sabia do que eles estavam falando, mas só pelo rosto de Camila, eu sabia que era sobre mim. Agora entendia porque ela chegou chorando na minha casa, e entendi mais do que qualquer coisa o porquê dela não ter me contando o que disseram para ela. Ah como eu me sentia péssima, Camila não merecia passar por isso.

- Calem a boca! - Disse Camila com o rosto molhado de lágrimas. - Vocês não entendem, não sabem o que está acontecendo. Vão cuidar de suas vidas! A deixem em paz.

"Eles dizem, não acredite. Você, eu, nós, todos. Então nós cairemos apenas você, eu. E é tudo sobre, é tudo sobre... É tudo sobre nós."

Eu não conseguia me mexer, acho que fiquei imóvel sem reação por um bom tempo, até que eu escutei aquela voz irritante. Era ela, Alexa. A menina que jurou por tudo no mundo, que faria da minha vida um inferno. Pois bem, ela tem seguido esse juramento até o fim. E eu estava realmente cheia disso.

- Bua, Bua... Eu sou Camila Cafetina. - Dizia ela imitando a mesma chorando.

- Alexa pare com isso! - A voz da menina novata ecoou na sala.

- Ei garota, quem você pensa que é? - Com um sorriso na cara, ela se virou para mim, e com todo seu veneno falou: - Então Dinah, onde estava realmente? Em uma clínica na França ou na esquina?

A vontade que eu tinha era de pular em cima dela, arrancar fio por fio, daquele cabelo oxigenado. Mas como ontem meus músculos não me obedeciam. O medo tinha tomado conta por completo de mim. E mais uma vez eu estava sem reação contra ela. O seu veneno era forte de mais para mim, ou para qualquer outra pessoa.

"Se eles magoarem você, eles me magoarão também. Mas nós nos levantaremos, não vamos parar."

A professora finalmente tomou uma posição, gritou para todos: Silencio, parem com isso! Mas em alguma vez você já viu os alunos obedecerem a uma professora? Isso só fez que eles gritassem mais alto desafiando a coitada da senhorita Vives. O barulho chegou a um ponto que eu não aguentava mais, meu corpo começou a reagir, dei um pequeno passo para trás, olhei profundamente para Canila, aquele olhar cúmplice que nós entendíamos, e depois disso sai correndo, o mais rápido que eu podia, para o nosso lugar secreto. Em poucos minutos ela estava lá, me olhando com piedade. Esse era o único sentimento que eu não queria piedade. Eu realmente não precisava dele. Ela se aproximou de mim e disse:

- Dinah, eu... - Mas eu a interrompi antes que ela continuasse.

- Por favor, Camila, só me abrace..

- Eu sempre estarei com você, somos nós duas, contra o mundo Dinah, nunca se esqueça disso. - Ela falou enquanto me abraçava forte, aquele abraço seguro, que só ela me dava.

"Eles não sabem, eles não podem ver. Quem nós somos, medo é o inimigo. Aguente firme agarre-se a mim."

A Lista. (Laurinah)Onde histórias criam vida. Descubra agora