Batalha

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Na parte mais fria, escura e profunda das masmorras, o filho de Satã era chicoteado por guardas. A cada chicoteada, ele se contorcia, fazendo seus pulsos e seus tornozelos sangrarem. Por mais que ele gritasse e pedisse por piedade, os guardas não paravam. Ele já estava para desmaiar, até ouviu uma voz familiar.

-Parem.- ordenou a voz. Ele levantou sua cabeça, para ver um anjo de asas prateadas e armadura dourada, com um corpo forte, de cabelos loiros e olhos amarelos entrar na cela. Ele fez um sinal para que os outros dois guardas saíssem, e assim fizeram.

-Ora ora ora... Não sabia que o filho de Satã era tão fraco, ao ponto de chegar a ser chicoteado por anjos.- disse Rafael, em um tom de deboche

Sirius abaixou sua cabeça. A dor era tanta, que mau podia manter seu pescoço de pé. Não queria olhar nos olhos dele, pois eram idênticos aos de Andrômeda. Quando olhava para eles, sentia como se estivesse a olhar para Andrômeda. Por mais que se esforçasse, não conseguia parar de pensar nela.

-Olhe para mim quando estiver falando com você!!- gritou Rafael, puxando os cabelos de Sirius, deixando o rosto do mesmo à altura do seu. Um sorriso de deboche surgiu nos lábios de Rafael. Por mais que fosse um demônio filho de Satã, Sirius estava com medo do que poderia acontecer a ele nas mãos de Rafael, que por mais que fosse um anjo, guardava um profundo ódio por ele.

A expressão de medo tomou conta da face de Sirius. Rafael riu, zombando de sua cara. 

-Pobre demônio... Está tão assustado assim... Com um anjo? Desculpe, mas mesmo você sendo o filho de Satã, não é digno de herdar esse trono.- disse Rafael, com  o mesmo tom de deboche em sua voz.

Rafael começou a rir novamente na cara de Sirius. O mesmo cuspiu o sangue que saía de sua boca na face de Rafael. Com raiva de Sirius, Rafael bateu a cabeça do mesmo a parede, fazendo sair sangue da mesma. 

Rafael soltou os cabelos de Sirius, fazendo a cabeça do mesmo cair. Ele saiu de perto de Sirius, indo em direção à saída, mas antes de sair, disse aos guardas:

-Continuem o que estavam fazendo.- disse, antes de finalmente sair dali. 

Ao sair das masmorras, voou para fora do palácio, ao encontro de seu pai, que o esperava do lado de fora, com as tropas reunidas para a batalha. Muitos iriam morrer, e todos sabiam disso. Muitos não voltariam a ver suas esposas e filhos, e todos sabiam disso.

Vestindo uma armadura dourada por cima de um traje branco, Deus subiu em cima de uma quadriga, puxada por cavalos alados brancos. Ele pôs seu capacete, e antes que ele e as tropas fossem para a batalha, disse:

-Rafael, tome cuidado.- em seguida, deu o comando, e as tropas levantaram vôo, a caminho do Vale do Nada, um lugar tão vazio quanto o limbo, mas não há almas perdidas vagando por lá. 

No Submundo, Satã, em cima de uma quadriga puxada por cavalos alados negros, voava a caminho do Vale do Nada, acompanhado por Agni, voando ao seu lado.

Agora que já estava feito, nada poderia par essa guerra.  

Um Anjo E Um Demônio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora