Capítulo 7 O MAGO E O ELFO

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Diante daquela visão aterrorizante, Akima e Keiol permaneciam parados, chocados demais para correrem. Emy, que num passado não muito distante vivera experiências assustadoras, conseguiu reunir forças suficientes para dar um chacoalhão nos dois e fazê-los correr; porque em uma situação desesperadora como aquela, o melhor que se tem a fazer é correr o mais rápido que as pernas aguentarem.

A figura medonha, com feições de homem, asas de águia e corpo de cavalo os perseguia. Emy corria na frente, seguida por Keiol e Akima. Era óbvio que seus planos haviam falhado, mas precisavam alertar os outros do perigo.

— Que diabo é isso? — perguntou Keiol, enquanto corria tropeçando na longa túnica.

— São os experimentos da sacerdotisa Ametist... — respondeu Akima, a túnica grudando em seu corpo suado.

A criatura guinchava e urrava de um jeito enlouquecido que causava até um arrepio na espinha. Por um momento, Emy pensou que o monstro fosse alcançá-los e devorá-los. Então, um som agudo, muito, muito alto encheu o ar e a criatura inexplicavelmente tombou ao chão choramingando e gemendo.

Emy, Keiol e Akima alcançaram a porta secreta e assim que a cruzaram Emy a fechou com violência provocando um estrondo que com certeza pôde ser ouvido por todo o templo.

— Meu Deus, o que foi aquilo? — exclamou Keiol, branco feito um fantasma.

— Pelo jeito o som alto os perturba... — disse Akima, tentando entender também o que havia acontecido, mas Emy a interrompeu.

— Precisamos sair daqui e avisar os outros.

— Certo, vamos...

Alguns minutos depois, a ordem foi restaurada na sala dos experimentos. Os Bradokzes, esse era o nome dos monstros, estavam novamente dentro de suas celas. Toda a confusão causada fez com que Morenion saísse de seus aposentos e fosse pessoalmente até a sala de experimentos para reprovar a sacerdotisa Ametist.

— É lamentável que você tenha falhado em suas experiências, sinto em informar-lhe que depois deste acidente você não deverá mais fazer parte do grupo de cientistas deste templo. — disse Morenion à jovem com um sorriso cínico e canalha. — A menos que aceite a minha proposta...

Os olhos do sacerdote percorreram todo o corpo de Ametist cobiçosos.

— A culpa não foi minha, os Bradokzes estão se tornando cada vez mais violentos, eu não consegui contê-los. — defendeu-se Ametist esquivando-se de Morenion enojada.

— Se você já perdeu o controle sobre suas experiências, então você não merece o cargo que ocupa. — disse ele secamente.

— Ouça bem, Morenion, não é você quem decide se eu devo ou não abandonar a ciência, não cabe a você esse direito, pois essa é uma decisão que deve ser tomada por todos os membros do templo. — retrucou Ametist corajosamente.

— Sua pequena tola! — rosnou Morenion, segurando o braço de Ametist com força. — Eu sou a lei nesse templo, e você vai pagar por sua incapacidade e arrogância!

Morenion atirou a sacerdotisa contra a parede violentamente. Ametist esfolou-se toda no chão de pedra. O sacerdote avançou sobre ela e, ergueu-a pelo braço. Ametist, instintivamente, ergueu o braço livre e seus dedos se dobraram em preparação; ela murmurou algumas palavras e lançou um feitiço, que parecia ter saído de seus dedos estranhamente dobrados, acertando em cheio os olhos de Morenion, fazendo assim com que ele a soltasse, gritando de dor.

O sacerdote esfregava os olhos que queimavam e ardiam. Quando sua visão voltou ao normal, ele encarou Ametist de pé diante dele parecendo bem mais poderosa do que era na verdade.

O Medalhão Mágico - A Cidade PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora