Capítulo 11 A CAVERNA OLHOS DE SERPENTE

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Durante todo o percurso ninguém ousou dizer uma só palavra. Keiol sobrevoava a frente dos demais; mantinha no rosto uma expressão amargurada, seus olhos fixos no horizonte estavam desfocados, o que significava que seus pensamentos estavam longe dali, mais precisamente em Akima, no templo dos Asfokes.

Emy também estava preocupada, tinha muitos amigos envolvidos naquela aventura e só agora se dera conta de que alguém poderia ter um destino pior do que o de Akima.

Cully, o ninfo de Emy, percebeu que ela estava demasiadamente quieta.

— Você está se sentindo bem, Emy? — perguntou.

— Estou preocupada. — respondeu ela.

— Todos nós estamos, não é mesmo? — o ninfo tinha uma voz rouca, mas ao mesmo tempo enérgica.

— Vejam, chegamos à caverna! — anunciou Alfakir, um pouco mais à frente.

A entrada da caverna ficava em uma área plana e tinha o formato da cabeça de uma enorme cobra. Ao redor havia uma floresta densa, mas do alto eles podiam ver várias trilhas que deveriam ter sido abertas pelos soldados de Morenion.

Os ninfos pousaram a alguns metros de distância de uma dessas trilhas, o mais silenciosamente que puderam.

— Vou me aproximar para dar uma olhada no local. — disse Keiol que iria começar a pôr em prática as suas habilidades de ladrão.

— Vou com você. — falou Enila, que não confiava nele o suficiente para deixá-lo ir sozinho.

Os dois se afastaram em direção à caverna.

— Temos um plano? — perguntou Frank, preocupado.

— Sim, entramos lá e destruímos esses malditos cristais! — disse Alfakir sendo sarcástico, ele e Keiol poderiam disputar o troféu de mais rabugento.

— Mas como iremos destruir os cristais? — questionou Matt, sem se importar com o sarcasmo do príncipe.

Alfakir ficou sem resposta. Como não sabiam o tipo de segurança que encontrariam na caverna, o único plano do príncipe era a cautela. Era vital entrarem e saírem sem serem vistos, ou todos poderiam estar mortos, pois não tinham número suficiente para uma luta.

— Eu tenho uma teoria a esse respeito — falou Ametist —, os cristais precisam ser destruídos com fogo, e fogo mágico...

— Isso complica um pouco as coisas... — falou Emy, refletindo sobre o assunto.

— Um pouco? — esganiçou-se Lia.

— Acalme-se criança, uma vez lá dentro encontraremos um jeito de destruir os cristais. — falou Albergain, com uma calma acima do comum em uma situação como aquela, mas Emy percebeu que ele estava cansado e preocupado.

Keiol se esgueirava por entre as árvores tentando encontrar uma visão melhor da entrada da caverna. Enila estava logo atrás dele.

— Não dá para chegar mais perto? — sussurrou ela, que não conseguia ver nada com Keiol à sua frente.

— Não, não dá e vê se para de me empurrar. — retorquiu ele ranzinza.

— Mas eu preciso ver... — insistiu ela, se apertando ao lado dele, tentando uma visão melhor.

— Enila, fica quieta, ou vão acabar nos vendo — falou Keiol começando a se irritar —, eu não devia ter deixado você vir!

— Ah é, então como você iria contar os guardas? Por que você não tem capacidade para tanto! — sussurrou ela maldosamente.

O Medalhão Mágico - A Cidade PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora