EI, PROFESSOR - CAPÍTULO 9

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        Cheguei despreocupada na sala de aula. A noite anterior foi tão tranquila que fiquei mais relaxada com tudo. As meninas tagarelavam sobre mil assuntos, mas é claro que a Priscila veio perguntar sobre a aula do Carlos, como se eu soubesse o que ele daria, como ele era e como seria a prova dele. As vezes eu não entendo, porque tantas perguntas? Ela ainda não é jornalista! Pensei em comprar um daqueles livrinhos de perguntas e resposta e dar pra ela. Assim talvez ela mudasse o foco ou percebesse que não sabemos tudo sobre a vida.

O Carlos entrou, se apresentou e fez algumas piadas realmente engraçadas. Tenho que admitir que ele me fez rir durante a aula inteira. Ele estava descontraído, animado, e me pareceu um bom professor. Alguém com quem eu gostaria de estudar. Depois de alguns minutos, consegui separar o "Carlos professor" do "Carlos noivo da mamãe" e acabei curtindo.

Antes de a aula terminar, para a minha felicidade, o Carlos fez o Bernardo pagar o maior micão. Ele falou para a turma inteira que era pai do garoto, que seu filho não teria moleza e ralaria mais do que todos.

Por um segundo pensei que seria fácil gostar do Carlos, mas aí ele estragou tudo. Antes de sair, ele se virou para turma e disparou:

-Isso serve para você também, Srta. Caroline.

Eu me encolhi na cadeira querendo me enterrar viva. O QUE ELE PENSA QUE ESTAVA FAZENDO? Ele não é meu pai para falar isso. É óbvio que todo mundo da sala me olhou querendo entender aquela frase. Virei a fofoca da Escola Plural. Ninguém além das meninas precisavam saber que ele estava pegando a minha mãe. Esse era um segredo que eu pretendia aguardar até quando fosse possível.




***

Os capítulos estão curtinhos, então postei logo dois.

Bom, boa leitura e um ótimo final de semana!

Até o próximo capítulo. 

As Confusões de uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora