Capítulo 16 - Fantasmas de Calãn

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    Derek e Alina adentraram o corredor agora vazio e silencioso.

— Precisamos ir — ele falou sério, já começando a caminhar. — Tara nos levará até as respostas. Não podemos esperar, meu sangue não vai te manter bem para sempre.

Ela apenas acenou, concordando, mas parou em frente ao banheiro.

— Eu já volto — Alina disse rapidamente, afastando-se dele.

Ao entrar no cômodo a garota caminha até a pia, ligando a torneira e levando a água ao rosto. Parecia que ela estava oca por dentro. Tinha receio da verdade... E isso a deixava apreensiva. Do outro lado, o vampiro esperava por ela.

Logo ele avistou caminhando na sua direção a mesma loira que naquela manhã bateu em sua porta.

— Mari, não é? — ele inquiriu.

A garota sorriu, acenando que sim com a cabeça.

— Não me diga que veio aqui por mim? — ela perguntou animada, aproximando-se com um sorriso no rosto.

— Na verdade, não.

O riso dela se desfez.

— Alina, claro — a garota resmungou com desdém. — Somos amigas há muito tempo e por isso mesmo eu não consigo entender como você pode estar com ela... Digo, Alina é bonita, mas você não acha que merece mais?

— Tipo quem?

— Eu talvez — ela respondeu sorrindo.

Sério? — perguntou com tom de deboche.

— Sério, acho que nós nos daríamos muito bem juntos — ela disse, tocando de leve no braço dele. — Senti isso desde que te vi e precisava dizer.

Derek sorriu como se aquilo fosse algo bom para ela, no entanto, ele só conseguia imaginar os dois juntos tendo como foco principal a boca dele no pescoço dela, bem perto da veia que agora pulsava densamente como se o chamasse. E era apenas assim que os via, como caça e presa.

— Não sei não — ele falou movendo a cabeça para os lado, depois de alguns minutos em silêncio. — Afinal, eu acho a Alina instigante. Muitos diriam que isso basta.

— Mas ela me disse que não está afim, e eu estou.

Ele a fitou por um tempo, podendo ver como ela era de verdade. Ardilosa e calculista, lembrou então naquele momento de tê-la visto na floresta, agarrada a um homem como uma desesperada por atenção.

— Só de olhar para você posso dizer que gosta de garotas más — Marina se aproximou, mordendo de leve o lábio inferior na tentativa falha de seduzi-lo —, e minha amiga não é assim. Você já deve saber disso, não acha que isso irá te deixar enjoado?

No fundo ela acreditava não falar nada daquilo por mal.

— Eu até gosto de garotas más — Derek falou sério, afastando-se dela. — Mas não de vadias.

— Como é? — ela questionou rapidamente, arqueando as sobrancelhas, indignada. Logo bateu a ponta do pé no chão, freneticamente.

— Posso ser mais claro... Eu e você, não vai rolar.

A garota passou por ele irritada. Do outro lado daquela divisão, Alina respirou fundo, aquelas palavras atingiram-na em cheio, e esse era o grande problema de se ouvir atrás da porta, mas era algo que ela não havia procurado. Era bem verdade que ela não fazia o tipo dele, enquanto o Derek, sem esforço nenhum fazia o tipo de todo mundo. Mas nada disso importava agora.

Alina decidiu que quanto mais rápido descobrisse o que realmente era, logo se livraria dele, e todos esses pensamentos de não ser o suficiente sumiriam.

DarkBlood - Herdeira Sanguínea | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora