Capítulo 1 - Início

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Fortilen City (Colorado) — Estados Unidos, 2015 século XXI

    A noite caía com rapidez dando espaço no céu às primeiras estrelas, enquanto isso os jovens da pacata Fortilen City caminhavam pela floresta, em direção ao lago que residia atrás de grandes montanhas. A lanterna de Alina indicava o caminho a ser seguido. Um grupo andavam mais á frente. Ao ter que esperar por Marina (que vira e mexe ficava para trás), Alina terminou se separando dos outros que caminhavam, e se viu só com a amiga na quase escuridão. Nesse momento, lembrou-se de que muitos já haviam se perdido por aquelas bandas quando o céu escurecia. Era como entrar em um labirinto de árvores altas com troncos tortos e arbustos espinhentos que perfuravam a pele melhor do que faca afiada. A mórbida floresta — Fortin, dava à Alina arrepios perturbadores que envolviam seu corpo como um choque elétrico. Se perguntava porque se deixou arrastar para aquele lugar. Depois de caminhar por meia hora, ouviu vozes que lhe indicou o quanto estava perto. Chegando ao lado sul da floresta elas viram as chamas alaranjada da fogueira, que iluminou o resto do caminho. Alina desligou a lanterna e parou dirigindo seus olhos para Marina, que logo abriu um sorriso largo, os olhos cor de mel dela brilhavam como ouro. Alina se perguntava o por que de serem tão amigas. Eram tão diferentes uma da outra, mas se lembrava do vazio que no passado as tinha unido.

Marina se aproximou falando:

— Vamos, mude logo essa cara de antissocial... É uma festa!

— Não sou antissocial! — rebateu rapidamente.

— Desculpe, então qual é mesmo o nome certo para pessoas que preferem ficar em casa, sempre?

— Caseiros?!

— Não, chamam-se: antissociais — fala, puxando Alina pelo braço.

A garota fez uma careta ao sentir seus sapatos afundarem no chão enlameado. O que parecia incomodar apenas ela. Se sentou em uma das pedras e sentiu pela primeira vez uma brisa fresca tocando seu rosto. Não estava frio, muito pelo contrário, o que era raro para aquela época do ano, principalmente na floresta que sempre parecia estar com a temperatura mais baixa do que o normal.

Os garotos do time da natação entraram no lago e os outros jovens logo fizeram o mesmo. Alina logo imaginou; algum engraçadinho tentando lhe convencer a entrar na água e mesmo sabendo que a festa era no lago não havia se preparado para nadar. Marina por outro lado, sempre topava tudo e talvez fosse por isso que era popular; além da família rica e a atenção que chamava por seu corpo invejável, ela era ousada e rebelde. Definitivamente elas eram diferentes.

Quando Alina finalmente se deu conta viu quase todos da escola dentro d'água, sua amiga era uma dessas pessoas e segurava uma garrafa de cerveja em uma das mãos.

— Porque está aí, sozinha? — Jonathan perguntou, surpreendendo ela.

— Não estou muito no clima.

— Então, não vai entrar na água?

— Não — sorri timidamente.

— Posso me sentar aqui?

— Claro.

Ele sorriu, sentando-se ao seu lado. Um boné azul escondia seus cabelos pretos quase raspados. Seus olhos pretos a fitava.

— Marina te arrastou até aqui, não foi?

Ela riu.

— Eu até tentei, mas não consegui dizer não.

— Eu que sei... Minha irmã sempre consegue o que quer, mas fico feliz que você esteja aqui.

Alina desviou o olhar.

DarkBlood - Herdeira Sanguínea | Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora