DarkBlood - Herdeira Sanguínea | Livro I

Capítulo 4 - 12 horas

    Uma leve batida na porta fez Derek abri os olhos relutante, a essa altura a claridade do dia já invadia parte do quarto por uma pequena brecha entre as cortinas.

— Entra.

A porta se abriu e sua irmã passou por ela sorrindo. O cabelo perfeitamente arrumado de Lissa indicava que havia acordado cedo, seus olhos limpos e o cheiro do seu perfume doce berravam que a pouco sairá do banho.

— Qual o drama da manhã? — ele ironizou.

— O que você tem?

Derek se sentou a olhando sério:

— Porque a pergunta?

— Você está com uma cara péssima — ela disse.

O vampiro cerrou os dentes.

— Só preciso dormir mais — respondeu desejando que ela saísse, mas Lissa continuou no quarto, olhando-o. — Certo — ele pôs-se de pé a contra gosto.

— Você vai embora? — ela inquiriu.

— Não. Onde está o seu irmão Miguel?

— O nosso irmão, você quis dizer, não é? — ela retrucou.

— Você sabe o que eu quis dizer, Lissa. Onde ele está?

— Na floresta, colinas, eu não sei...

— Acho que você subestimou demais a força de vontade dele de permanecer no mesmo ambiente que eu — Derek provoca. — Ele deve ter ido embora.

— Não sem se despedir de mim.

— Tem certeza? — retrucou.

— Sabe que tenho, e as coisas dele ainda estão no quarto — respondeu. — Estava pensando que deveríamos ir atrás dele, dar um bom motivo para ficar aqui.

Derek riu com ironia.

— E que motivo seria esse?

— Você sabe! — ela rebate. — A verdade sobre a Aivy.

Derek rapidamente a encara sério.

— Lissa, fizemos uma promessa. Não tocar mais neste assunto, esqueceu?

— Eu nunca deveria ter concordado com isso.

— Mas concordou! — retrucou rapidamente.

— E me arrependi...

— Já chega! Este assunto está enterrado a muito tempo.

— Mas Dê...

— Mas nada — a voz grave dele ecoou pelo ambiente.

Naquele momento Derek viu Lissa sair do quarto injuriada, sem dar importância caminhou até o banheiro, sentindo a cada minuto intensificar uma vagarosa ardência em sua garganta. Mais uma vez sua visão embaçou e sua pele parecia ferver de dentro para fora. Se olhando no espelho notou sua aparência mas pálida que o habitual, como de quem estava à dias sem se alimentar embaixo da presença desgastante do sol. Tomou banho, enrolou-se na toalha, secou-se e se vestiu.

Saindo do quarto caminhou até o térreo, precisava de uma bebida forte e quente. Sua sede por álcool tinha urgência, no mine bar se serviu de uma bela dose de Bourbon e neste instante ouviu a porta da frente se abrir.

— Onde esteve?

Miguel olhou surpreso com a súbita curiosidade do irmão.

— Você virou minha mãe agora?

Derek sorriu tomando um grande gole de sua bebida.

— Deixo isso para Lissa. Falando nela, estava lá em cima pronta para chamar a polícia à sua procura, mas você está aqui... Então a avise que as buscas não são mais necessárias — aproximou-se —, nos vemos mais tarde.