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- oque fez foi incrível! - escuto a voz de Thomaz, me seguindo.

Continuo caminhando. Escuto seus passos apressados me acompanhando como se dependesse daquilo. 

- gosta de fazer isso, né? - ele me alcança.

Sorri sem olhar para ele.

- fazer oque?

- me ignorar. - ele dá de ombros.

Paro e encaro o garoto.

- você desligou na minha cara.

Odeio esses jogos de Thomaz, isso me deixa muito irritada.
Não quero brigar com ele.
Então... Respira fundo Epô...

-ok, Epô não vim aqui para discutir... Quero te agradecer, pelo oque fez na sala. - Thomaz levantou os olhos para os meus.

- era o mínimo. - dou de ombros. - afinal, você realmente levou um tiro...

Dou uma piscadela para o garoto e sigo meu caminho.

- desculpe. - a sombra distante de Thomaz grita.

Assenti por mais que ele já estivesse longe. 

[...]

Os corredores do colégio são medonhos, por mais que sejam bem iluminados eles me amedrontam.

Finalmente chegou no banheiro.

Até parece que andei uns cinqüenta quilômetros para chegar lá.

Entro e vou direto para a pia lavar as mãos. Elas estão super secas, odeio quando isso acontece.

Ouço um gemido.

Parece que não estou sozinha.

Novamente, mas dessa vez é mais alto.

Fico meio assustada, mas a curiosidade é maior.

Desliguei a torneira e enxuguei as mãos, tentando fazer o mínimo de barulho possível.

- quem está aí? - ouço uma voz dolorosa gritar.

Permaneço em silêncio.

- quem é? - a voz soa fina e bem melancólica.

Dou um passo e consigo escutar um som de choro.

Vou seguindo até chegar em frente à porta de um dos banheiros.

Bato na porta.

- vá em bora! - a pessoa grita, desesperada.

O choro me deixa angustiada.

Por impulso empurro a porta e me deparo com Hanna, toda ensanguentada.

Ela solta um grito ao me ver.

- Ha...Hanna...- gaguejo com as mãos na boca.

Desde o tiro de Thomaz nunca vi tanto sangue, eu costumava entrar em panico ao ver pessoas ensanguentadas... me dava repulsa, mas o desespero foi tanto que nem se quer senti isso.

Ela continua o choro, gemendo baixinho, parecia que algo estava a machucando.

- Epô... - ela balbucia com a boca toda torta de tanto chorar. - eu... eu..

Me ajoelho ao seu lado.

Hanna só chora em volta de todo aquele sangue.

Sua camisa branca, virou vermelha e sua saia também.

Deixo ela chorar.

Já basta ter sido curiosa e invadido seu espaço.

Ela me abraça meio zonza e afoga toda sua amargura e tristeza, que não sei o motivo em meus ombros.

Onde está Thomaz. - EM REVISÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora