Enfermeiras correndo para todos os lados, Lorena em choque abraçada com mamãe e papai socando a parede.
Isso se resumia a nossa noite.
[...]
E eu? Eu estava ali. Olhando tudo paralisada, perplexa e inconsciente. Não conseguia discernir oque acabará de acontecer, meu cérebro estava em branco, estava em um choque paralelo.
Meu corpo ali em repouso.
Mas a verdadeira Eponine Brunch, não estava ali. Estava lá, horas atrás tentando entender oque aconteceu.[...]
Já era 5:41 AM.
Meus olhos dançavam pela sala de espera, tentando não dormir.
Lorena estava deitada dormindo, ocupando três cadeiras.
Mamãe e papai conversavam com uma enfermeira, que fazia varias coisas estranhas com as mãos.O lugar estava vazio, exeto por uma idosa, que esperava ser atendida.
Thomaz levou um tiro.
Na hora eu simplesmente não pensei, só ergui ele com todas as minhas forças e o puxei para dentro em lágrimas.O tiro acertou em sua barriga, o médico nos informou que ele perdeu muito sangue e que a bala ainda estava lá.
Fechei os olhos por um segundo. Thomaz pagou por algo que eu fiz. Por uma decisão que eu tomei.
E se ele morrer?
Vai deixar Lorena e perder tudo oque tinha para viver. E tudo por minha causa?
Uma enfermeira entrou na sala.
- Se vocês quiserem, pode ir um por vez, ver o Sr. Klaus.
Lorena enxuga as lágrimas e corre em direção a enfermeira, que acompanha a garota até o quarto.
Ficou um clima.
Não queria nem olhar nos olhos do meu pai. Sentia ele me queimar de longe. Sentia ele descarregar a culpa igual um caminhão descarrega areia.Respirei fundo e fui em sua direção.
Não sei daonde arranquei coragem, mas não podia me acanhar.
Me sentei ao seu lado e ajeitei o moletom.
- eu te amo querida. - ele suspirou sem olhar para mim.
Oque?
Eu jurava que meu pai, ia simplesmente me esquartejar.
Engulo seco.
- oque posso fazer? - ele deu de ombros.
- não sei. - disse de cabeça baixa.
Ficamos em silencio.
Logo começo a pensar como meu pai foi paciente e como ajudou aqueles irmãos.
- pai.. - começo a chorar. - me desculpe. - enxugava as lágrimas.
Ele continuou em silêncio.
- nunca passou por minha cabeça que isso tudo iria acontecer. Sou... - gaguejei. - sou... sou uma péssima filha...
Ele virou o rosto para o meu.
- isso você tem razão. - ele sorriu meio triste.
A enfermeira entrou novamente, com Lorena ao seu lado.
- vai lá. - papai cochichou.
Respirei fundo, assenti então me levantei.
A enfermeira sorriu para mim.
- Eponine Brunch? - ela pergunta baixo.
Assenti meio confusa.
- ótimo. - ela abre um sorrisinho.
Segui a mulher pelo corredor. Estava vazio, a não ser alguns médicos e enfermeiros que andavam pra lá e pra cá.
Chegamos no último quarto.
Li o número escrito na porta e entrei.- dez minutos.- ela piscou para mim e fechou a porta.
Me virei e vi Thomaz. Deitado em uma maca.
Senti algumas lágrimas escorrendo, pela minha pele e as enxugava.
Thomaz estava dormindo pacífico, estava com a barriga em fachada e tubos no nariz.
Me sentei na poltrona ao lado e peguei em sua mão quente.
- oi. - sorri em meio as lágrimas.
Seu rosto estava completamente afundado em um sono.
Cabelos completamente bagunçados e pele mais pálida que o normal.
Observei seu queixo, ele tinha um risco meio fundinho. Passei as mãos e achei engraçada a sensação, parecia uma pequena lombada para meu dedo.
Comecei a percorrer o rosto de Thomaz com o dedo.
Suas sombrancelhas grossas e os olhos fechados, mas que escondiam um segredo.
- me desculpe. - as lágrimas continuavam. - se.. se eu pudesse... voltaria no tempo... e estaria aí. - enxuguei almas lágrimas. - ... Sentido a sua dor.
Me inclinei e dei um pequeno beijo no canto de seus lábios. Assim derramando uma gota de lágrima...
- Thomaz Klaus... Meu herói. - sorri observando seu curativo.
Sentei ali na poltrona, esperando a enfermeira.
Ela demorou, ja havia passado os "dez minutos".
Ela finalmente chegou.
- ok? - ela sorriu.
Assenti.
- posso, dormir aqui... Com ele? - perguntei envergonhada.
Ela sorriu, percebendo minha timidez.
- claro. Seu pais... - ela perguntou confusa.
- tudo bem. - sorri.
Ela fechou a porta, enquanto eu fechei os olhos.
- boa noite. - cochichei para o garoto adormecido na maca.
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Onde está Thomaz. - EM REVISÃO -
Roman d'amourSentir dor, faz parte de amar... Eponine Brunch , personagem desse romance, ama. Ela ama Thomaz, seu marido... Não podia ter pedido alguém melhor do que Thomaz, ele é um cavalheiro, um amigo, um bom ouvinte e muito mais é claro. Alguns anos de namor...