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Dona Helena, havia adormecido no sofá. Ela parecia serena e tranquila, já havia se acalmado do lamento do marido, e agora sonhava com ele.

Lô, estava chateada. Ela era superprotetora, com a mãe... E as vezes isso envolvia sua grosseria, oque deixava Thomaz bravo.

Eu e ele estávamos, tomando iogurte na varanda...

Era tão engraçado a forma que fizemos amizade tão rapidamente.Mau nos conhecemos e eu já estava tomando iogurte com ele. Mas a coisa mais legal sobre isso, é que assunto era algo que tinha de sobra. Thomaz é o tipo de pessoa que fala, fala muito bem, ele realmente sabe conversar.

- oh meu Deus! - falei olhando para o relógio.

- o que houve?- Thomaz quase engasga.

Senti meu celular vibrar no bolso da minha calça... Era meu pai.

- Thomaz...- falei olhando para o telefone.

- calma Epô, eu levo você. ..- não deixei ele terminar, sai correndo desesperada.

- calma ! Epô ... Me espera!!! - Ele larga seu iogurte e vem todo desengonçado atrás de mim.

Sai tão rapidamente que nem percebi,como morávamos perto um do outro.

- eu falo com seu pai...- ele gritava cansado. Sua voz saia falhada, pois ele gritava enquanto estavamos correndo feito loucos.

Parei de correr quando chegamos em frente à casa.

Fiquei parada esperando ele me alcançar. Quando parou ao meu lado, abriu um sorriso meigo.

- Vo..Voce corre pra caramba. - Tenta respirar enquanto sorri.

Nem deu tempo de eu agradecer o quase elogio de Thomaz.

- Tchau gracinha. - Bati em seu ombro e fui até a porta de casa.

Meu pai me ve da janela e me ignora. Apenas vai em direção a Thomaz e aponta o dedo na cara do garoto. Ele diz coisas que eu não consigo ouvir, mas que mesmo assim me dão arrepio.

Thomaz não tira os olhos de mim quando meu pai saí. Ele da um tchau e vai em bora.

- onde você estava? - Meu pai pergunta com preocupação  nos olhos.

Mau consigo responder, pois sou puxada pelo braço.

Mamãe estava na sala de estar, ao me ver fez uma cara de decepção.

- está louca de sumir, assim? - papai começou.  - você acha que pode confiar em todo mundo ?
Você não sabe quem esse rapaz é para ir na casa dele!

É onde você estava né? - papai ia atropelando uma pergunta em cima da outra.

Ignorei tudo o que ele dizia. Nem esperei ele falar a palavra com ''c'', fui direto para meu quarto.



Meu quarto estava todo fechado, com cheiro ruim..

Então resolvi abrir as janelas e jogar todas as minhas coisas na cama.

Fui até minha penteadeira, ali fiquei me observando por um tempinho. Então resolvi pentear meu cabelo. Em meio as escovadas lentas, notei uma mecha azul bebê, que tinha feito um ano atrás...
Claro, que agora só restava uma mecha descolorida... Mas me lembrava daquela cor como se fosse ontem. 

Continuei focada na minha imagem, refletida no espelho. Eu tinha cabelos pretos, até a cintura e meus olhos eram castanhos. Comecei olhar cada detalhe meu, e notei uma pinta ao lado de minha boca , que nem sabia que existia...  Eu tinha linhas de expressão era oque mais amava!

Onde está Thomaz. - EM REVISÃO -Onde histórias criam vida. Descubra agora