Anatomy

7. The Me Nobody Knows

Yo yo yo!

Aviso pra vocês: TEREMOS ALGUNS FLASHBACKS NESSE CAPÍTULO, ELES ESTARÃO EM ITÁLICO/NEGRITO.

Simbora? Espero que gostem! Sejam empáticos e sensíveis, ok?

( • ) ( • )

De acordo com a família desse homem, ele não era fumante, mas a verdade é que ele fumou dois maços de cigarro por dia em seu carro por vinte anos, enquanto sua esposa e filhos dormiam. Às vezes, a vergonha do paciente é o elefante na sala. Eles tentam escondê-la de nós, mas você não pode se esconder de um cirurgião, porque seu corpo não mente.
A verdade está bem aqui para todo mundo ver e nenhuma palavra precisa ser dita. Eles dizem que a vergonha controla todos os aspectos do comportamento humano. É sobre acreditar em quem somos.

Mas no fim, você não pode se esconder, o corpo não mente. A verdade está aqui para o mundo ver. Nossa vergonha pode nos sufocar. Nos matar. Pode nos destruir de dentro pra fora, se decidirmos mantê-la. Não deixe que isso aconteça com você.

Narrador POV

− Eu perguntei o que você está fazendo aqui! - O homem mais velho exclama irritado, se aproxima de Camila e a segura pela gola do jaleco. − Vamos, responda! Não acredito que depois de eu ter deixado bem claro, Charlie, - Alejandro faz questão de frisar o nome em alto e bom som. −...que não queríamos voltar a te ver, você tem coragem de reaparecer!

− Pai, mãe, eu preciso falar com vocês... - O garoto aparece na sala de estar de repente, assustando o casal Cabello.

− Garoto, que susto! - Charlie encolhe os ombros com a reação da mãe. A mais velha coloca a mão sobre o peito dramaticamente. O homem apenas sorri, mas seu sorriso morre ao perceber a agonia e medo estampados no rosto de seu filho.

− O que houve campeão? Aconteceu alguma coisa? - O homem questiona preocupado. Charlie solta o ar dos pulmões com toda força. O casal senta corretamente no sofá, enquanto o garoto fica de frente para eles.

− Eu só... Só preciso contar uma coisa. - O rapaz solta de uma vez. − Vocês sempre disseram que podemos conversar sobre tudo, certo?

− Filho, você está começando a me preocupar. O que há de errado? - A mulher se aproxima lançando um olhar doce ao rapaz, e segura em suas mãos. O homem mais velho faz o mesmo. − Sabe que pode confiar em nós, sim? Somos seus pais. Ninguém nesse mundo quer o seu bem mais do que a gente.

− Tudo bem. Então lá vai. - O garoto respira fundo, e busca palavras para finalmente dizer. − Eu não sou um garoto.

O casal Cabello olha para o garoto como se o mesmo tivesse sete cabeças. O garoto se bate mentalmente, pensando que deveria ter escolhido melhor suas palavras.

− O quê? - Depois do que pareceu uma eternidade, Alejandro é o primeiro a se pronunciar. − Como assim você não é um garoto, Charlie?!

Todos os presentes naquele local voltam sua atenção para a cena que segue. Os amigos de Camila olham com espanto, pensando até onde o homem iria. Os demais olhares são de total confusão. Alejandro permanece apertando a gola do jaleco de Camila. A doutora mal parece respirar.

− Tire suas mãos dela! - Mark lança um olhar raivoso ao homem e o empurra para longe. Alejandro não desvia o olhar de Camila, que permanece imóvel, e tenta se reaproximar violentamente.

− Dela? Dela? Vocês realmente acham que isso aí é ela? - O homem questiona inconformado.

− É exatamente o que sou. - Camila responde baixinho, é quase impossível ouvi-la.