6. Make Me Lose Control

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Yo yo yo!

Quem é vivo sempre aparece, né non? A mídia não tem muita relação com o capítulo, MAS EU SEMPRE PERCO O CONTROLE QUANDO VEJO LAUREN FETUS.

Perdoem os erros e não desistam de mim! Eu reli essa porra quatro vezes e minhas vistas já estão doendo.

Preparados para as descobertas sobre Camila?

Enjoy!

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Cirurgiões são maníacos por controle. Com um bisturi em mãos, você se sente irrefreável. Não existe o medo, não existe a dor. Você se sente com 3 metros de altura e a prova de balas. E então você sai da sala de operações. E toda aquela perfeição, todo aquele lindo controle caem por terra abaixo.

Ninguém gosta de perder o controle, mas, pra um cirurgião, essa é a pior coisa do mundo. É um sinal de fraqueza, de não estar à altura do desafio. E ainda tem aquelas vezes que o controle escapa de suas mãos. Quando o mundo para de girar e você percebe que o teu pequeno bisturi brilhante não vai te salvar. Não importa o quanto você lute, você cai. E isso dá um medo dos infernos.

Há uma única coisa boa nessa queda-livre. Ela é uma chance que você dá aos seus amigos de lhe ampararem.

Narrador POV

− Vamos dona Clara, só mais uma colher. A senhora precisa se alimentar! - Exclamou Olivia, enfermeira responsável pelos cuidados pós-operatórios da Sra. Jauregui. A moça tentava inutilmente fazer com que Clara se alimentasse, oferecendo-lhe uma colher atrás da outra.

Um mês já havia se passado desde o rompimento de ambos os aneurismas da mulher. A recuperação seguia difícil, mas em alguns pontos houve melhoras. Clara agora não necessitava mais da sonda para se alimentar, o que foi um ponto positivo. Todavia, a mulher não se conformava em necessitar da ajuda de outra pessoa para isso. A mesma se recusava, virava o rosto e fazia birra como uma criança. A equipe que acompanhava Clara estava empenhada em fazê-la se recuperar bem, com o mínimo de limitações possíveis, mas a mulher agia assim na maior parte de tempo. Tenha paciência, esse era o mantra para cada profissional que adentrava o quarto.

Mas não podemos julgá-la, certo? Como você, caro leitor, se sentiria caso não conseguisse formular uma só palavra há cerca de mês? Se não conseguisse se mover da cintura para baixo? E se necessitasse de fraldas geriátricas, porque seu corpo simplesmente não consegue controlar a eliminação de suas fezes e urina? Digo mais, e se você, que levava sua vida normalmente, agora estivesse praticamente 24 horas do seu dia deitado numa cama de hospital? Você vê todos ao seu redor fazendo de tudo para que você se sinta melhor, mas você não consegue, simplesmente não consegue. E é difícil. Você parou de viver, e agora só respira. Olha para o relógio na sua parede, e só torce para que o tempo passe logo. Porque pelo menos a noite, ainda que com a ajuda de remédios, você consegue dormir. E a cada dia fica mais difícil não ter mais o controle da própria vida. É complicado se imaginar assim, não é mesmo?

Que tal experimentar uma coisa chamada empatia?

Você definitivamente só sentiria esse turbilhão de sentimentos ruins se algo assim acontecesse com você. Mas adivinha só? Não é preciso que isso aconteça. Tenha empatia! Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro, e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele. Faça isso em qualquer situação, seja de enfermidade física ou psicológica. Não olhe para a situação de alguém e julgue. E jamais, em hipótese alguma, pense que nunca vai acontecer com você. Nós viemos para esse mundo, e querendo ou não, estamos sujeitos a exatamente tudo que nele há.

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