Anatomy

11. Wartime (Parte II)

YO YO YO CREMOLÍCIAS!

Flashbacks em itálico, ok?

Enjoy!

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Sabe aquela história em que uma criança fica presa debaixo de um carro e seu pai encontra uma força super humana para levantar o carro e salvar a vida da criança? Eu sempre imaginei se era real. Se alguém com quem eu me importo estivesse machucado ou preso, meus instintos iriam aparecer? Eu saberia o que fazer? Eu levantaria o carro? Pularia em frente a uma bala? Eu seria capaz de bater em alguém sem parar? Eu gosto de pensar que sim.

Quando alguém que você ama está em perigo físico, encontrar a força que você precisa para salvá-lo é fácil. Mas às vezes a ameaça não é física. Às vezes, é mais fundo, e nesse caso, os instintos não podem te salvar. Nenhuma força super humana, nenhuma descarga de adrenalina. Você não pode sair da batida do carro. Tudo o que você pode fazer é sentar e esperar e desejar que as coisas fossem diferentes.

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Camila Cabello POV

− O quê?

− Você não gostou da notícia? – A expressão de Izzie foi de radiante para raivosa em questão de segundos. Minha mulher mantinha a cabeça erguida, as mãos apoiadas em sua cintura e um tom avermelhado nas bochechas. Linda.

− Não é isso... É só que, caramba... Como?

− Transando, Camila! – O primeiro travesseiro foi arremessando em minha direção. − Quando pessoas transam sem proteção, elas têm bebês! Que pergunta estúpida é essa?

− Izzie, para com isso! – Risonha, implorei que minha pessoa parasse com os "ataques" que ela me direcionava com travesseiros.

− Do que está rindo, sua desgraçada?

Foi impossível segurar o riso.

− Eu vou matar você! – Izzie começou a correr atrás de mim, estávamos em nosso quarto. – Eu preparei tudo sozinha! Repito, sozinha!

− Mas querida, você nem sabe cozinhar! – Eu realmente gostava do perigo. Izzie pareceu ficar mais furiosa que antes, e avançou em minha direção. A loira tentava a todo custo me alcançar. Estávamos andando em círculos em volta da mesa do computador e eu não conseguia parar de rir. Izzie irritada era a melhor versão pra mim.

− Filha da puta! Escuta aqui Camila, eu fui cedo atrás de algo que te agradasse! Comprei tudo que precisava e segui uma receita estúpida da internet. Eu queimei meu dedo por sua causa, sua idiota! Depois de queimar o prato três vezes, três! – Exclamou furiosa. – Eu fui me arrumar e escorreguei no banheiro! Só consegui depilar uma perna e essa calcinha estúpida insiste em ficar entrando na minha bunda! Então não, eu não fiz esse esforço do cacete pra te dizer que estou grávida, pra chegar aqui e você ficar me perguntando como é que isso aconteceu! Francamente, Camila! – Izzie falou tudo em um fôlego só, e eu só conseguia pensar no quanto amava aquela mulher. – Não encosta em mim! – Pediu nervosa quando me aproximei. – Acha que é fácil carregar um monstrinho na barriga? Não é! Se essa coisa for parecida com você eu vou infartar! A minha vontade é de te matar, mas se eu fizer isso vou ter que explicar pro nosso feto que ele só tem uma mãe.

− Eu te amo. – Mesmo correndo grande perigo, me aproximei da loira e envolvi sua cintura da forma mais suave que consegui. Olhei no fundo de seus olhos, e aos poucos ele suavizou sua expressão. – E pare de chamar nosso filho de feto. Parece a Cristina falando! – Izzie revirou os olhos de modo impaciente.