Capítulo 2

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Pov. Matthew

Cheguei correndo ao cais quase na hora do navio sair e Rafaella esbravejou:

- Matthew. Por incompetência sua, nós quase não entramos. Eu disse pra você chegar mais cedo! Você nunca me escuta. Quase fui sem você.

- Rafaella, desculpa - disse eu abraçando-a. Eu não consegui achar um táxi a tempo e....

- Matthew James! Dê explicações para quem quer ouvi-las. Já que você adora água, porque você não dorme dentro da piscina. Aproveite e afogue também. Pare de estragar o meu sonho - Rafaella gritava e chorava.

- Eu não estraguei seu sonho Rafaella. Eu cheguei apenas 5 minutos antes de o navio sair!

Ela saiu correndo sem falar nada. Às vezes, Rafaella age como se nunca estivesse satisfeita. Como uma criança mimada, o que de fato, é.

Ela entrou no navio praticamente voando e eu tentei acompanhar o ritmo logo atrás dela, mas ela foi mais rápida.

Sai correndo em disparada pelo convés do navio procurando-a. Nem consegui admirar a beleza do navio.

De repente, quando menos percebi, esbarrei com alguém e caímos no chão, com força. Eu olhei e vi uma linda garota loira com cabelos lisos ondulados e olhos verdes penetrantes. Eu amo a Rafaella, mas essa é a menina mais linda que já vi.

- Por que você não olha por onde anda? - gritou ela

Eu ainda estava olhando-a igual um idiota. Quando percebi que ela estava gritando comigo, revidei:

- E você? Porque não sai do meu caminho?

- Nossa, que educado! O.k. então - disse ela

- OKAY – disse gritando

- OKAY! – ela revidou. Tinha certeza de que ia me dar um soco, mas ela ficou parada me olhando profundamente. Ela saiu pisando firme e um garoto abordou ela:

- Sam, está tudo bem?

- Sim, Jack. Me deixe em paz.

Ela saiu do convés o deixando sozinho. Assim que ela saiu do convés eu me senti mal por ter falado aquilo. Eu descontei toda minha raiva nessa tal de Sam. Mas ela também descontou sua raiva em mim. Eu fui em direção a minha cabine e ouvi choros.

Sem saber o que fazer segui o barulho, me esgueirando pelos corredores e tive uma surpresa quando vi aquela garota, Sam chorando.

* * *

Pov. Sam

Quando cheguei no navio, eu apenas queria atirar Jack no mar e voltar para minha casa.

Como ele é insensível, infantil, além de não saber ser romântico. Na verdade, penso que ele não sabe nem o que significa namorar.

Além disso, teve aquele garoto moreno de olhos castanhos, lindo, esbarrando em mim e nem me pedindo desculpa, falando que a culpada era eu.

Meu Deus! O que aconteceu com as pessoas boas do mundo? Eu acabo de brigar com o meu namorado e outras pessoas ainda brigam comigo. Após a colisão com o estranho, decidi me sentar em um corredor qualquer para que pudesse pensar. Não aguentei e comecei a chorar lembrando de tudo que escutara de Jack hoje. Fora mais que suficiente.

*Uma hora antes*

- Como você está bonita hoje - disse ele quando cheguei em sua casa

- Obrigada – corei

Começamos a andar de mãos dadas em direção ao porto, que não ficava longe. Estávamos em silêncio até Jack resolver quebrá-lo. Grande erro:

- Posso te contar uma história engraçada? - disse ele subitamente.

Jack estava sempre contando essas histórias "engraçadas". Por isso não senti nenhum entusiasmo quando ele falou isso.

- Claro - disse eu fingindo sorrir.

- Sabia que o nosso namoro foi baseado em uma aposta? - disse ele sorrindo.

Eu gelei por dentro:

- Como assim Jack?

Ele gargalhou:

- Eu estava na escola com meus amigos e nós estávamos cansados de sempre escolher apenas um tipo de garota: Ricas e populares.

De repente, o Jamie me desafia conquistar uma nerd e ver como me saia. É claro que eu neguei porque todas as nerds de nossa escola são feias.

Mas aí eu lembrei de você, que é a mais bonitinha e comecei a falar com você e fiz você se apaixonar por mim. Ai eu ganhei a aposta e estamos namorando. Além disso, eu consegui cem dólares. Não é engraçado?

- Super. - disse tentando rir para não chorar. - Bom temos que ir para não perder o navio.

Andamos em silêncio por todo o percurso. Eu estava de cabeça baixa com lágrimas saindo de meu rosto pensando que todo meu "romance" fora uma farsa.

Agora, depois de tudo que aconteceu no navio com o garoto me derrubando e me humilhando, eu estava desolada, chorando no corredor, porque Jack estava na cabine e eu não podia olhar para ele nesse momento. Só queria ficar sozinha.

Mas é claro que ouvi passos no corredor. E uma mão tocando meu ombro. Quando me virei, eu vi o mesmo garoto que havia esbarrado em mim. Justo quando menos queria companhia.

Uma Viagem ImprevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora