Uma Viagem Imprevisível

Capítulo 20

Pov. Sam – Dias Atuais

- Ela escreveu toda a história aqui - disse tremendo - Olhe isso.. Essa ilha já foi uma cidade. Ela foi destruída por um vulcão em 1830. Lyla e Nicholas sobreviveram por causa da caverna, mas cada um morreu por algum motivo... Mas eu não sei qual. Não diz aqui. Mas olhe as escritas e poemas de Lyla. Ela era uma escritora, poeta nata.

Por tudo que foi escrito ela era uma garota de classe alta e se apaixonou por um simples operário, com a mão prometida a outro homem.... Ethan.

Matthew arregalou os olhos:

- Uau. Parece Romeu e Julieta. Toda essa história de amor proibido, casamentos arranjados... Mas ainda não sabemos o que aconteceu com os dois no final...

- Matthew - disse aflita- Você percebeu que nós estamos revivendo a história dos dois?

- O que você quer dizer? - perguntou hesitante

Eu suspirei:

- Nós estamos vivendo o mesmo que eles em épocas e circunstâncias diferentes. Mas ainda estamos dentro da mesma caverna com o vulcão a ponto de explodir também. Esse amor improvável, imprevisível... É como se nós estivéssemos revivendo o passado.

- Você quer dizer que.... - Matthew se calou atordoado

- Sim Matthew ... Se estamos vivendo uma história do passado, então vamos viver a forma que ela termina.

- Mas como isso é possível. Quem faz isso com a gente?

Me assustei quando finalmente cheguei à conclusão:

- Matthew. Ela... Lyla Mayne... Ela é a voz que nos persegue. Por algum motivo, ela...

Uma voz inundou a sala:

- Meus parabéns. Vocês adivinharam. Agora vamos passar para a parte divertida?

Eu respirei para não chorar diante da voz.

Ouvi-la me dava uma súbita vontade de desabar completamente e desistir.

Era fria como o gelo, cruel e afiada como lâminas. Mas bem no fundo era triste e doce.

Dessa vez, Matthew pôde ouvi-la também e sua expressão não mostrava que ele estava apreciando.

- Oh meus queridos. É uma honra ter convidados tão jovens, assim como eu era quando morri.... Assim como minha felicidade foi destruída, eu destruirei a de vocês....

- ESPERE - gritei - Conte-nos o final de sua história... Sua e de Nicholas.

A voz rosnou:

- JAMAIS pronuncie o nome dele. Ele disse que não ia me abandonar. Ele disse que... - a voz por um momento pareceu humana até assumir seu semblante cruel - Isso não importa. Vocês viverão nosso final. Vocês vão sentir dor.. Eu gostaria muito de poder matá-los com minhas mãos. Mas infelizmente não posso. Porém, vocês ja vão ser torturados sem eu precisar mover um dedo. Além disso, preciso recuperar energias para o "Grande Final". E minha energia vem do sofrimento de vocês. Agora boa sorte, embora nem ela salvará vocês.

E a voz sumiu novamente.

- Matthew ...- disse ofegante - Eu sei o que temos que fazer. Siga-me...

- Por aqui - disse enquanto nos guiava por aquele corredor sem fim. Estávamos andando a praticamente meia hora. Nenhuma luz no fim do túnel nos salvou.

- Sam.. Pare! - ordenou Matthew

Me virei para ele:

- O que foi?