Epílogo

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Pov. Autora

- Se você soltar minha mão Matthew, eu juro que eu te mato - disse Sam apertando a mão de Matthew cada vez mais forte

- Acho que não teria nem jeito de soltar. Eu já nem sinto mais ela pela força que você está apertando. - rebateu ele com um gemido de dor.

- Sem gracinhas - disse ela brava, suando frio - Se uma criança estivesse saindo de dentro de seu útero, eu tenho certeza que você entenderia.

A porta da sala de parto abriu e o médico entrou sorrindo.

- Pronta, Sra. James?

- Não importa a forma que for. Apenas tire essa criança de dentro de mim

- Se acalme, Sra. O procedimento do parto pode ser mais doloroso que as contrações.

- O QUÊ? - Sam gritou - Quer saber Matthew? A dor não é tão ruim assim. Esse bebê pode nascer depois. Vamos para casa, que tal?

Matthew riu:

- Sinto muito mesmo doutor. Ela está um pouco nervosa.

- NERVOSA?? Claro que não. Eu só acho uma injustiça eu ter que vomitar até meus ossos, ter insônia, ficar toda gorda e inchada enquanto VOCÊ fica na boa vida...

Ela gritou de dor nesse momento. Lágrimas saiam de seus olhos. O doutor se adiantou e chamou as enfermeiras. Ele mediu os batimentos e viu que estavam fracos.

- Sra. Sam... Vamos ter que fazer uma cesárea. Os batimentos dos dois estão diminuindo drasticamente. É perigoso perdermos...

Ela queria gritar, mas só concordou com a cabeça

- Faça o que tem que fazer. Apenas... Cuide para que tudo fique bem.

- Vamos colocar a anestesia. Você não vai sentir nada.

Matthew segurou a mão dela e sussurrou:

- Vai ficar tudo bem. Eu te amo

E foi tudo que ela conseguiu entender antes de desmaiar completamente.

* * *

Pov. Sam

Abri os olhos fracamente. Não estava sentindo mais dor. O pior havia passado. Olho pela sala e não vejo bebê nem Matthew. Estava sozinha e muito cansada. A porta se abriu e Matthew entrou na sala com um ar surpreso e emocionado.

- Cadê ele? - perguntei ao ver Matthew de mãos vazias.

- Ele não... Eles.. - Matthew disse

- Como assim "eles"? Eles quem?

Neste momento, duas enfermeiras entraram, cada uma com um bebê. Um menino e uma menina.

O meu coração se derreteu.

- Gêmeos. - disse eu num suspiro - Mas como? Mostrava apenas um no ultrassom.

- Eles devem ter se enganado - disse a enfermeira sorrindo. - Meus parabéns!

- Quer segurá-los? - disse a outra

Assenti e as duas colocaram um em cada braço e eu olhei para seus rostinhos tão pequenos. Nunca pensei que existia amor à primeira vista até conhecê-los.

A menina de fios loiros e olhos verdes sorriu para mim. Tão linda. O menino de cabelos negros e olhos cinza tinha uma bondade extrema no olhar. Fiquei os admirando por vários minutos. As enfermeiras foram embora e Matthew sentou ao meu lado.

- Lindos - ele disse

- Lindos - eu repeti

Uma lágrima de emoção caiu de meus olhos.

- Como vamos chamá-los? - perguntou Matthew

- Ela - disse olhando para a garotinha que tinha seus olhos verdes brilhando. - Se chamará Lyla.

Matthew sorriu pra mim:

- Ele se chamará Nicholas.

- Lyla e Nicholas. Nossos filhos - disse num suspiro.

* * *

5 anos depois

- Mãe... Por favor. Conte a história de novo.

- Eu já contei 5 vezes meu amor. Nada disso. Já para a cama.

Sam saiu do quarto e fechou a porta. Sorriu consigo mesma. É claro que ela sabia a verdade. Lyla e Nicholas ficaram chateados. Mas não discutiram. Sam sempre contava, antes de dormir, a história dos amantes desafortunados da ilha que deram origem aos seus nomes.

Eles amavam essa história. Eles podiam escutá-la o dia todo. Nunca se cansariam. Para eles, era melhor que qualquer conto de fadas.

- Nick - chamou Lyla com seu olhar curioso - Será que eles se casaram naquele lugar além das nuvens que mamãe falou?

- Provavelmente. Será que um dia nós vamos achar amor iguais? - disse Nicholas

- Eu não sei. Mas espero que sim. Igual ao da mamãe e papai.

- Mas sem tantas tragédias - completou Nicholas

Os dois riram e cada um deitou em sua cama.

- Seja lá quem acharemos. Quero que você esteja do meu lado para sempre, combinado?

- Combinado - disse ele com um sorriso

- Boa noite.

- Boa noite, Nascer do Sol.

- Por que você me chamou assim?

- Eu não sei... Só parece certo para você...

E dormiram profundamente. Tão felizes. Finalmente haviam encontrado o lugar deles. Eram crianças especiais.

Mas mal eles sabiam que eram os próprios protagonistas da história dos "amantes desafortunados". Mal eles sabiam que seus nomes eram os mesmos.

Que seu amor era o mesmo.

Que aquela história era deles, para sempre.


FIM

Uma Viagem ImprevisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora