Capítulo 8

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Saindo do banheiro eu encontrei o Doug pegando uma guria, aproveitei e voltei com ele, já chegando de volta ao ponto onde eu e o Arthur estávamos, eu vejo ele atracado aos beijos com a Clara. Aquela noite tinha se tornado o fim de um começo, eu tive um monte de sensação, mas a fraqueza chegou primeiro, segurei o Doug que a essas alturas ele que me segurava.

-Doug me leva embora.

-O que foi Rafa? Ta passando mal?

-Douglas só me leva embora. -Eu disse tirando a chave do carro do meu bolso e entregando a ele

-Tudo bem...

Sai agarrado ao Doug, sem nem olhar para trás. Encontrei com o Murillo no caminho. Expliquei mais ou menos e falei o que eu ia fazer. Eu chorei o caminho todo, o Doug pedia para eu explicar o que acontecia, mas eu não conseguia. Cheguei em casa, e estava vazia como eu suspeitava. Subi até meu quarto e o Doug sempre atrás de mim...

-Doug liga o pc ai e entra em qualquer site de linha aéreas.

-Pra que isso agora Rafael?

-Doug, por favor, se tu gosta de mim mesmo, só faz isso, não me peça explicações, eu não consigo. -Coloquei meu cartão de credito do lado do Doug, e deixei-o lá, peguei a mala encima do armário, comecei jogar todas as minhas roupas dentro dela, Doug olhava tudo o que eu fazia.

-Qual destino?

-São Paulo. São Paulo... Para agora Doug, qualquer empresa que tenha uma passagem para agora...

-Data de retorno?

-Não tem Doug! Não dessa vez. -Eu soluçava, do quanto que eu chorava

-Rafael, o que ta acontecendo. FALA  AGORA.

-Não aguento Doug... Eu vi ele lá, ele me magoou, ele levou me coração.

-QUEM RAFAEL? QUEM?

-O Arthur... Idiota, eu ainda acreditei...

-Vocês estavam?-Ele se interrompeu, socando a mesa- Eu vou matar esse vagabundo.

-Não Doug, só me ajuda ir embora. -Ele comprou minha passagem e eu escrevia uma carta para minha mãe, falei tudo o que eu não tive coragem de contar diante dela. Tudo mesmo, sobre ser bissexual, sobre o Arthur e tudo mais. -Doug abre a porta do meu armário e pega uma caixinha branca pra mim-Ele me entregou a caixinha, eu a segurei, abri meu guarda roupa peguei uma camisa de frio e sai.

Eu chorava muito, mas o Doug esteve ali o tempo todo. Levou-me pro aeroporto, chegando lá meu celular começou tocar, era ele. Desliguei o celular. Fiquei olhando pro Doug, comecei a chorar mais ainda.

-Nós aqui de novo Doug, nos despedindo, eu saindo correndo de noite para ir embora - Abracei-o

-Doug não me deixa ta, eu vou ta longe, mas tu é um dos poucos amigos que eu tenho.

-Nunca Rafa. Eu vou dar um jeito de ir por agora mesmo, te prometo, eu vou ficar com você uns dias.

-Doug, olha, vei, obrigado viu, te amo, não me esquece, serio.

-Não é uma despedida Rafa é um "até logo", fica calmo ta. Eu prometo tudo vai voltar ser como era antes.

-Doug - dei mais um abraço nele, ele limpou minhas lagrimas - Bom Doug, por favor, leva meu carro pra casa, e desculpa viu, estragar seu ano novo.

-Você nunca estraga nada Rafa. Boa sorte, feliz ano novo, tudo vai a certo, quando chega lá me avisa, me liga, por favor.

-Tudo bem. – Disse saindo, eu olhava pra trás e via o Doug, meu coração trincava cada vez mais.

Meu Pequeno Grande HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora