Capítulo 7

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Descer a escada foi complicado, mas ele deu conta. Lembro-me que na noite passada eu que tava carregando ele por aquelas escadas. Fomos pra frente de casa esperar minha mãe, estava frio. Eu tava pensando nele, porque eu estava com a camisa dele e tava com frio, ele sem camisa devia estar congelando. Eu fui quase caindo quando ele me segurou. Ele me pegou no colo e colocou dentro do carro, entrou e encostou minha cabeça no colo dele. O carro parou, e logo o Arthur me tirou de dentro do carro me colocando sentado em uma cadeira de roda que a minha mãe tinha trago. Ele me empurrou pra dentro e minha mãe voltou pra dentro do carro.

-Arthur?

-Fica calmo, eu to aqui.

Minha mãe apareceu e logo eu estava em um quarto, o medico me atendeu disse que era intoxicação alimentar. Eu fiquei lá o resto da noite, me deram remédios, soro na veia. E ele sempre sentado me olhando, ao meu lado. Fazendo-me rir no meio daquilo tudo, entre vômitos e trocas de soros. Minha mãe ligou pro Robert e logo ela dormiu na cadeira de acompanhante. Ele ligou pro Ricardo pra avisar onde tava, e que eu tava bem. Voltamos só de manhã pra casa. Já em casa o Arthur me pegou no colo de novo, mesmo não precisando, mas ele não quis deixar eu subir as escadas andando. Não sei bem como ele conseguiu, mas eu tava no colo dele mesmo. Deitou-me na cama, minha mãe veio atrás trazendo um copo com água e as caixinhas de remédios pra tomar.

-Arthur dorme um pouco meu filho, você deve estar morto de cansaço.

-Não tia eu to bem, vou ficar aqui com esse nenenzão(risos)

-Escute a Dona Luciane e vai dormi. Que é o melhor que você faz.(risos)

Ele ficou me olhando, minha mãe saiu do quarto, eu voltei a deitar, tava melhor, mas ainda meio enjoado, ele puxou a cama de baixo e deitou, eu de cima coloquei minha mão em baixo e ele ficou segurando.

-Dorme Rafa.

-Só se você dormi também.

-Ta, mas dorme, quando você acorda você vai ta melhor.

Dessa vez eu que fiquei acordado, fiquei o tempo todo olhando ele de cima. Meu celular tocou e levantei pra atender. Era o Ricardo eu conversei com ele, contei o que tinha acontecido, falei que estava melhor, deleguei o celular, ia voltando pra cama e vi a caixinha, eu tampei a mesma e guardei dentro do meu guarda roupa. Voltei pra cama deitei, mas adormeci, acordei minha mãe foi me levar remédio pra tomar e uma sopinha. Ela viu o Arthur dormindo, sentou na beirada da cama e ficou o olhando.

-Ele gosta de você né?

-QUE?!-EU assustado ao máximo possível

-Ele é mesmo seu amigo né. Ficou a noite toda com você cuidou de você, depois ele foi me acorda porque você tava queimando de febre.

-Ele te acordou?

-Sim, bateu na porta do meu quarto me chamou.

-É mãe, ele é um grande amigo, eu também gosto muito dele.

-Eu sei, eu estava comentando sobre como ele ficou com você de noite, sua irmã me disse como você foi atencioso com ele também quando o irmão dele... Bom coma tudo, que é pra você ficar melhor, e quando o Arthur acorda você fala pra ele descer pra comer. Ta bom?

-Ta bom mãe.

Ela saiu, e enquanto eu comia eu olhava pra ele, pensava tanto. Eu definitivamente amo esse menino. Esse homem, porque isso que ele vem me provando ser.
O celular dele começou a tocar, e eu não ia levantar para atender. Ele só enfiou a mão no bolso e tirou o celular e atendeu.

-Pronto... Ah Oi - Ele disse meio que se despertando- Pra você também... Que bom... Não... É... Precisamos conversa... Pessoalmente... Tchau...

Ele se virou, e se assustou quando me viu acordado. Ele subiu pra cama, sentou ao meu lado. Ficou me olhando comer, mas estava inquieto.

-Era a Clara. -Ele disse me olhando nos olhos

-Hum-Eu que estava assustado agora, tudo aquilo que vivemos foi sem a Clara presente, tinha medo que ele só estivesse carente esse tempo todo e tenha me usado

-Só isso?

-Uai Arthur, não posso dizer mais nada. Não sei, mas acho que você sabe o que tem que fazer... Você deve ter uma decisão a tomar.

-Eu já tomei Rafa. E você sabe qual é só não sabia que ia ser agora.

-Ah, bom Arthur, você não é obrigado a ficar comigo.

-Vei nem doente você se aquieta né, você gosta de brigar, de discutir. Eu to com você Rafael, e isso é um assunto não só meu, é seu também. Não aja como se só eu fosse o vilão aqui.

-Desculpa, mas to inseguro né, vai que... Sei lá.

-Você ta melhor? Ta conseguindo comer sem...

-To sim, minha mãe pediu pra você ir comer.

-Hum, eu vou sim, vou esperar você terminar, que ai eu levo o seu prato.

Eu terminei, ele foi comer, nesse tempo fiquei pensando. O que será que vai acontecer daqui pra frente, tava tudo tão perfeito. Eu não sabia explicar, mas eu sabia que algo ia dar errado. Ele voltou, arrumou os trens deles, colocou as coisas na bolsa. Ficou me olhando.

Meu Pequeno Grande HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora