The Comeback

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Era a volta de Sven Bender aos campos depois de quatro meses parado por causa de uma lesão na final das Olimpíadas. Ele já estava incomodado em não poder jogar, e estrear em um jogo fora de casa não era o ideal.

Antes de pegar o ônibus que o levaria até Hoffenheim, ele segurou minhas mãos.

- Me promete que você estará lá.

- Estou saindo atrás de vocês.

O puxei para um beijo um pouco mais demorado do que deveria ter sido. Estava mais nervosa do que ele para seu retorno aos gramados. Principalmente quando, mais uma vez na temporada, o Borussia Dortmund estava com metade dos jogadores no departamento médico.

Ele entrou no ônibus e eu segui de carro. No som tocava a discografia do The Neighbourhood, a banda que eu sempre escolhia quando precisava dirigir longas distâncias sozinha.

Tentei que alguma das meninas viesse comigo, mas Louise estava fora da cidade, Babi estava ocupada e Harriet não queria deixar Roman Bürki sozinho. Não tinha intimidade o suficiente com as outras wags para pedir que alguma fosse de carro comigo, apesar de saber que não ficaria sozinha na área vip.

Ao chegar na cidade, fui direto para o estádio. Ficaria num hotel e voltaria na manhã seguinte para Dortmund. O plano era Sven ficar comigo, mas não tínhamos certeza se Thomas Tuchel iria liberar.

Entrei no estádio com o coração na mão. A blusa preta e amarela com o número 6 nas costas me diferenciava das demais pessoas daquele lugar. Claro que vestia um casaco para proteger do frio, assim como havia trazido uma pequena manta alaranjada.

O jogo começou e eu não tirava os olhos dele. A cada passo, cada defesa, cada bola mandada de um lado para o outro. 

Era um jogo dramático, poucos espaços, muitas faltas. Inclusive ele havia sofrido uma falta no lance que resultou no segundo gol do Hoffenheim que não havia sido marcada.

Minhas unhas já haviam ido embora.

Depois de 94 minutos finalmente o apito final. Um empate havia sido a melhor coisa possível depois de um jogo roubado e bagunçado. Arbitragem ridícula, fazendo de tudo para prejudicar o BVB.

Mas estava feliz pelo meu namorado. Ou deveria dizer noivo? Ele havia realizados defesas espetaculares. Meu orgulho não poderia ser maior.

Saiu do campo e veio em minha direção.

- O que você achou dessa volta?

- Pessoalmente? Não poderia ter sido melhor.

Juntei nossos lábios. Queria poder abraçar ele ali, porém sabia que não era a melhor opção. 

Teríamos todo o tempo do mundo assim que chegássemos no hotel.

Deixei que ele seguisse para o vestiário e voltei para o carro. Liguei o som e começou a tocar "You and Me" do Life house. Comecei a cantarolar.

Eu deveria ser uma pessoa muito sortuda por ter encontrado esse homem na minha vida.

Algum tempo depois ele entrou no carro, colocando a mochila no banco de trás.

- Quais foram os comentários?

- Do jogo? Só reclamações da arbitragem e criticas à defesa em geral. Mas pelo menos Tuchel me chamou depois do sermão geral.

- O que ele disse?

Estava tirando o carro do estacionamento que naquele momento estava praticamente vazio.

- Disse que apesar das falhas, minha atuação havia sido fundamental para não sofrermos um derrota. Eu não sei.

- Sven, você foi muito bem! Voltou melhor do que qualquer um poderia imaginar. Estava com saudades de te ver jogar.

Aproveitei que um sinal estava fechado e acariciei seus cabelos.

Seus olhos azuis me trazia paz, e às vezes eu só queria ficar presa a eles por todo o tempo que eu pudesse.

- Eu te amo Elena.

- Eu também te amo Sven Bender.

...

Voltar aos campos era uma sensação diferenciada. Eu não era nenhuma estrela ou peça fundamental, mas amava jogar futebol. Não insistiria tanto se não amasse.

A zaga do Borussia Dortmund estava com alguns problemas já havia alguns jogos. Alguma coisa parecia não se encaixar, mesmo mudando os nomes e as posições. Esperava que agora, com a minha volta, conseguisse contribuir para acertar.

Perdíamos jogos importantes na competição, e apesar de ser claro a preferência de Thomas Tuchel pela Champions League, se não nos mantivéssemos bem na Bundesliga podíamos esquecer a Champions do próximo ano.

Mas após o jogo, a última coisa que eu queria pensar era sobre futebol. Tinha coisas mais importantes para fazer.

Chegamos no hotel e fomos direto para nosso quarto.

- O que você quer fazer pelo resto da noite?

- Você está mesmo me perguntando isso Schatz?

Antes que ela pudesse responder, a puxei pela cintura. Se ela achava que ficaria algum centímetro longe de mim naquela noite, ela estava muito enganada.


O dia amanheceu nublado e a preguiça de sair de debaixo dos lençóis só crescia.

- A gente tem mesmo que voltar para Dortmund?

- Você quem precisa trabalhar Schatz.

- Droga. Estou amando tanto ter essa cama apenas para gente.

Comecei a rir. Nosso filhote labrador não-tão-pequeno havia resolvido que metade da nossa cama era dele, o que nos restava a nos espremer num espaço minúsculo.

Não que eu reclamasse de dormir abraçado com Elena todos os dias.

Já havíamos tentado diversas medidas educativas, mas ele apenas começava a chorar e não nos deixava dormir de jeito nenhum.

- Estou preocupada com ele.

- Por que?

- É a primeira vez que a gente sai e deixa ele sozinho no apartamento. Quero nem ver as coisas que estarão estragadas quando voltarmos.

- Ele vai esta bem. Tenho certeza.

A puxei contra meu tronco, entrelaçando nossos dedos.

- Já pensou como vai ser quando tivermos um pequeno Wolf-Bender rodando pela casa.

- Sven! Por favor, não vamos nem começar a pensar nisso agora.

- Eu achei que era o que você queria...

- Eu quero. Mas sei lá, por enquanto estou feliz que tenhamos apenas o Braun. Ele já dá trabalho o suficiente.

Nos enroscamos novamente, ignorando qualquer coisa que acontecesse do lado de fora daquele quarto.

Uma hora teríamos que sair e pegar estrada, mas por enquanto, aquela cama quentinha seria nosso lar.

Meine | Sven BenderOnde histórias criam vida. Descubra agora